Aproxima-se o Dia das Mães e tenho me questionado sobre várias definições. “MÃE é a rainha do lar, um dom divino, protegida e amada.” “Mãe, você é meu sol e minha luz. Tudo o que mais amo nessa vida.” “Ser mãe é um papel contínuo e amoroso que deve ser praticado todos os dias.” Tais afirmações são reais em todos os lares?
Tudo é belo com a chegada de um filho: os preparativos, o entusiasmo, alegrias imprevisíveis. Mães adotivas, independentemente de serem biológicas, são mães em potencial. Todas enfrentam cansaço, noites maldormidas, mas nada disso importa. O que realmente queremos é criar nossos filhos saudáveis, com caráter e espírito libertadores.
O tempo nos mostra no futuro “a verdade crua e nua”. Não radicalizando, mas o que projetamos em nossos exemplos e espelhos surgem diante de nós diferenciados. Temos que desvendar por conta própria ou com a ajuda de profissionais quem é aquele “ser” desconhecido que amamos de forma incondicional e sem limites, mas com personalidade oposta a tudo que almejamos.
Na idade adulta dos filhos aparecem as cobranças o tempo todo e muitas se veem como eternas escravas. Ouvimos depoimentos nada agradáveis de MÃES, especialmente durante a adolescência, e mesmo de filhos no decorrer de suas vidas. Filhos ingratos que podem causar doenças graves às mães pelo estilo de vida. Eles crescem e começam a descobrir a sua independência. As matriarcas, querendo impor limites, são desrespeitadas, sem saber como agir. Ficam num beco sem saída. “Antes prevenir do que remediar.” É o momento de pedir ajuda para orientações necessárias!
Lembranças inesquecíveis da infância...
Eu e Ani fazendo lembrancinhas para nossa querida e antenada mãe exemplar, que nos colocava como suas “bonequinhas de luxo” com sua máquina de costura, bordando, para que estreássemos nas matinês de domingo. Ainda ouço com saudades o som ritmado do pedal, que parecia uma música. Os olhos lacrimejam com emoção ao recordar de nossa mãezinha.
Quando ouvimos filhos xingarem, responderem com voz alterada às mães, com comportamentos inadequados, percebemos que o relacionamento entre as duas gerações é extremamente complexo e varia de família para família. Qual a mãe que não se entristece ao ver seus filhos no caminho errado das transgressões, drogas, falta de espiritualidade e com comportamento agressivo?
Como voluntárias nas igrejas e no Oásis, não somente realizamos bazares e festas, temos também o dia de ação para visitar uma entidade filantrópica. Nos hospitais e asilos, levamos lanches, brincadeiras, vaidades para as idosas lúcidas e dementes que lá estão. É doloroso ver as senhorinhas esperando ansiosamente pela visita dos filhos e netos que nunca aparecem. A tristeza no olhar é algo que toca profundamente o coração. Essa situação é bastante comum. Filhos colocam suas mães lúcidas em hotéis geriátricos e vão se divertir, mesmo sabendo que o desejo delas é ficar entre familiares.
O Segundo Domingo de Maio é uma oportunidade para honrar e reconhecer o papel fundamental das mães em nossas vidas, mas também é um momento para refletirmos sobre a forma como são tratadas em casa. Independente de nossa visão e de suas vidas, todas merecem receber de nós amor e gratidão eterna.
Nesta data especial, demonstremos o valor e a incrível necessidade delas em nossas vidas. Relembrando a música “A Casa”, de Vinícius de Moraes, o Poetinha, a nossa primeira morada foi no ventre de nossas mães!
“Era uma casa / Muito engraçada / Não tinha teto / Não tinha nada.
Ninguém podia / Entrar nela, não / Porque na casa / Não tinha chão.”
Dois beijos...
Iná e Ani
gemeasanina@hotmail.com
Ocupa a cadeira n.º 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro