ARTICULISTAS

Sabor da vida

Iná e Ani
Publicado em 22/06/2024 às 17:40
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Os nutricionistas radicais certamente teriam previsões sombrias sobre meu futuro e de Ani. “Vocês não chegarão à meia-idade”, diriam hoje, com certeza. Nossa rotina, desde jovenzinhas, foi ativa, repleta de esportes e movimento, mas a alimentação… ah, essa sempre foi uma história à parte!

Na adolescência, durante nossas saidinhas, o sorvete, lanches, cachorro-quente acompanhado de maionese, ketchup, mostarda, batatinha frita e tudo mais, com a coca-cola, que eram nossa paixão. Mais tarde, idolatramos o torresmo, enlatados, frituras e doces variados. Essa era a nossa convivência diária. Um bom chope, cerveja e nossos inseparáveis drinks sempre tiveram um toque de excesso. “Eu bebo sim” é um samba de 1973, célebre na voz de Elizeth Cardoso. A música foi composta por João do Violão, em parceria com Luiz Antônio. Esse sempre era o nosso lema.

Cada um encontra uma maneira de se conectar com o divino e, para muitos, essa conexão se reflete em uma vida equilibrada, cheia de regras e doutrinas. A nossa era o amor declarado ao bolo, doce, sobremesa. Se tinha açúcar, estávamos lá. Tínhamos como prioridade a busca da felicidade e a realização de sonhos. Sinto que foram essenciais para nossa saúde física, espiritual, mental. Sempre vivemos aproveitando os encantos de uma vida rica e vibrante. 

Almoço e jantar não estavam no nosso cardápio. Na mesa, a abobrinha recheada, saladas, grãos, couve, o que era verde não combinava, achávamos insosso e sem graça e, mesmo com variados temperos, não nos atraíam. 

Lembranças de nossas manhãs, em que acordávamos cedo, íamos para a natação, gostávamos de musculação e muita agitação em trabalhos voluntários. Esse estilo de vida em movimento acabou nos salvando dos piores efeitos de nossa alimentação nada exemplar. Péssima!

Talvez esse equilíbrio entre atividade física e os excessos gastronômicos tenham sido nossa salvação. Sempre tivemos saúde perfeita, sem dor de cabeça, azia, ressaca das nossas extravagâncias.

Ao entrarmos nos setenta, começamos nossa transformação alimentar. Nunca é tarde para começar. Muitas vezes, só prestamos atenção à medida que o tempo vai chegando e sentimos que nosso corpo passa por mudanças e nossas necessidades nutricionais também.

Após certa idade, descobrimos a grande variedade de pratos deliciosos, com riqueza de sabores e texturas, que os vegetais oferecem.                                       

Adotar práticas alimentares saudáveis contribui para uma vida de qualidade à medida que envelhecemos. Reduzir sal, açúcar e gorduras saturadas, ir ao médico periodicamente, suplementos alimentares, exercícios regulares, fazem a diferença e contribuem para uma vida ativa.

Não tenho especialidade em nutricionismo, verdade seja dita. Fórmula da saúde não é única e universal, mas sim adaptável às necessidades e preferências de cada um. 

Saúde não é só ausência de doença, mas estado de bem-estar. O sabor da Vida vai além da alimentação saudável, água e exercícios físicos. É preciso priorizar a felicidade, que é o tempero da vida, algo pessoal e único para cada indivíduo.

Você já fez sua escolha para promover sua saúde e ter uma existência repleta de energia e felicidade?!...

Dois beijos...

 Iná e Ani

gemeasanina@hotmail.com

Ocupa a cadeira nº 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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