A chuva não tem dado trégua. Mas nem isso faz a gente perder o fôlego – amamos desafios! Inspiradas pelo clima de carnaval, esse tempero de folia, que o brasileiro tanto ama. Embaladas por esta festa toda, assistimos ao maravilhoso espetáculo das escolas de samba de paulistanos e cariocas, que de certa forma nos remetem a Carmem Miranda, turbantes, pulseiras, badulaques, mas, acima de tudo, muito “borogodó”.
É para quem pode! E nós, sim, podemos. Luxo! A participação de “estranhos” e a valorização dos famosos – bonitões e bonitonas. Este ano os desfiles foram em temperatura máxima, o “paraíso”, pura arte! Mulheres belíssimas, musas com barriga sequinha, exuberantes, boca vermelha! Saltos enormes! “Livres, leves, soltas.” A paixão pela festa faz parte do seu DNA.
A extravagância, a mistura das cores, tecnologia, engenhocas, riqueza nos detalhes, fantasias artesanais se misturam neste santo sabor “dionisíaco”.
Lembram-se dos atrasos absurdos dos desfiles antigamente? Não existem mais. Tudo em tempo certo, cronologicamente certo, um minuto de atraso representa perda de pontos para a escola. Sete horas para fazerem uma pintura no corpo para o “brilho” de seus 10 minutos! Chiqueria pura!
Nos carnavais de ontem, enquanto no “Teatro Municipal” ou no “Iate Club” (Rio de Janeiro) corria solto o desfile de fantasias para um “seleto” público, um júri de famosos escolhia as melhores fantasias, luxo e riqueza. Só quem viu sabe. Magnífico! Em Uberaba, através do “Observatório” do maior colunista Ataliba Guaritá Neto, o carismático “Netinho”, que elevou o nome de Uberaba, com suas festas e programas na TV, mostrava o “Municipal Uberabense”, ricas fantasias, e uma “turma” se instalava na frente do Jockey Clube para ficar de olho e muito mais!
A Bahia marca pelos carnavais das ruas, em Salvador, cerca de 250 atrações, blocos, agitos e trios elétricos, recebendo milhões de pessoas. O segredo desse sucesso todo? Além do investimento feito pela prefeitura da cidade na pipoca, muitas novidades chamaram a atenção de baianos e turistas que encheram a rede hoteleira. Shows gratuitos, Armandinho, Morais Moreira, e foi a pedida certa para quem queria curtir música no centro histórico. Já para quem queria aproveitar a festa de um jeito diferente, o carnaval náutico não deixou barato, rolou na Bahia de Todos os Santos e reuniu 150 embarcações e mais de mil pessoas. Bahia do axé, do funk, do samba.
Agora é enfrentar a realidade. O que é a realidade? Tanto a ciência quanto a filosofia estão, há milhares de anos, tentando responder a esta pergunta.
Arriscamos; realidade é simplesmente a oportunidade de viver, seja no externo ou interno com toda sua complexidade, dureza, terror e beleza.
A realidade é o enfrentamento possível, cujo papel mais importante é ser feliz.
A realidade é Uberaba fazer 200 anos!
A realidade é estarmos vivos e vivas! Santos Dias!
Dois beijos
Ani e Iná