Quando cumprimos nossa “carga temporal”, onde o calendário caminha a nosso favor, sempre motivados por ideias e ideais, supomos dizer adeus a tudo o que nos cerca, recolhendo-nos ao expectante dia após dia, à procura do nada.
Ou o renascer de novas esperanças, porque o estar vivo não nos detém na beira da estrada como um viandante esgotado em suas tarefas, sem rumo e sem arrimo.
Creio que a trajetória possa ser ricamente alterada, quando vislumbramos a obrigatoriedade de uma aposentadoria, em um tempo armazenado de conhecimentos e experiências lapidadas. Novos horizontes a nos levar a agradáveis conquistas. O caminhar se alarga, tempo de colheita redundando em trabalho, se não obrigatório, bastante salutar. E nos jogamos na arena, às vezes, até lutando com leões, que tentam nos tirar um naco saboroso, que nossa capacidade criativa se esmerou em produzir.
Deixemos as metáforas e partamos para os percalços vencedores. Meu “dolce far niente” traz histórias para contar. Ora, um amigo aluno, que procura esclarecer dúvidas daquilo que dominamos, ou vem até nós para entrevistas no curso de Jornalismo, ou na TV, no “Coisa nossa”, ou até um trabalho de faculdade - um TCC, tendo-nos como homenageada. O fato de gostar daquilo que fazemos, não como tarefa, mas como preenchimento de um dia supostamente vazio, alegra-nos, esvaziando a alma e enchendo o coração.
Nas inúmeras participações de encontros literários, sempre concorrendo com poemas ou crônicas, e até o realizado em março de 2016, em que fizera questão de, além de participar da coletânea bilíngue, abrir espaço para levar dois temas sobre - Como gostar de ópera, mostrando em vídeo o projeto original que desenvolvera em 2008 e me inspirar em análise vislumbrada em - Opera versus Carnaval - merecera aplausos pela inovação. Valeram-me Menção Honrosa. Também, convite de participação de festa literária em Portugal, no ano seguinte. (Perdoem-me, mas, não se destrói um” cordão umbilical” por falsa modéstia...)
Mais recentemente, na programação dos 10 anos de Poemas à Flor da Pele, da artista Soninha Porto, mandou-me ela o parecer de uma jurada, sobre análise do poema, que concorrera: “Houve, aqui, sem sombra de dúvidas, originalidade nos versos, criatividade, equilíbrio, riqueza de vocabulário. Pensamento novo. Inexplorado. Conseguir tirar de um tema histórico a emoção da individualidade, é sempre uma façanha! Meu louvor!”
Pinço algumas frases do Onde, o patrimônio histórico da saudade, que depois de crônica, nasceu poema: ...Viemos do pó, que enrijeceu a terra/endureceu o coração do homem/secou o leito dos rios/decapitou florestas inteiras/queimou verdes pastagens/sangrando a natureza lacrimosa./...Fez da criança exposição ao perigo/ ao trabalho forçado e sem abrigo/...Dos valores familiares/tesouros oxidados pelos caminhos/que o tempo escancara e devasta/na insensata degradação do Ego insano/...Onde a saudade marcando binômio/de sentimentos e emoções/Aquela saudade construída em sã consciência/na patente de um mundo consciente/antes, creditado em amor e paz?/Aqui, jaz!
Até que no presente ano de 2018, da mesma entidade, a notícia de um primeiro lugar conquistado em prosa com o conto A menina que semeava poesia - l. Mais um primeiro lugar com outra prosa - Amiga voz - no concurso Conexão México, no festival literário de Guadalajara, o segundo mais importante do mundo! Ambos, recentemente publicados neste espaço.
E, orgulhosamente, a criação do hino da ALTM (onde sou vice-presidente). Realmente, agradáveis conquistas ecoando pelo novo ano de 2019, graças ao Criador!