Os folguedos de Momo, por lembrarem inconsequente diversidade de sentimentos, ou simplesmente, tempo de deixar as pré-ocupações no baú da memória, se rebelam para merecido descanso, talvez. Crianças e adultos, embora não reflitam os carnavais sadios de outrora, ainda se “contaminam” pelas músicas adaptáveis à época provocando passistas, corpos quase nus, malabarismos, serpenteios e orgias.
Há quem se recolha em afazeres diferentes ou fogem para lugares de descanso curtindo a natureza dadivosa.
Revendo meu computador deparei no site, e-mail do ex aluno de Canto e seleto amigo Ivan de La Rocque presenteando-me, mais uma vez, com paisagem que a lembrança prazerosamente, curtiu. Cenário deslumbrante entrava pelo meu quarto e sons de uma orquestra - da Filarmônica de Viena - com cenário indescritível do maior rio da Europa, depois do Volga nos seus 2.840 km de extensão navegava por caminhos sempre lembrados em viagens pelo histórico continente. Associações de trajeto de um rio que “pintaram” de azul, porque imortalizado em sons por Johann Strauss, o Júnior, o mais famoso da dinastia dos Strauss austríacos cognominado o Rei da Valsa compondo ainda Vozes da primavera, Sangue vienense, Vida de artista, Conto dos bosques de Viena e operetas: O Morcego e Barão cigano. As várias partes da composição enchiam o salão de concertos da velha Viena onde as trompas iniciavam as primeiras e repetitivas frases da introdução, sempre crescente avançando para o desenvolvimento de diversificada composição orquestrada, onde letra adaptável ao canto, apenas três partes dela, evocava a imponente valsa, não se perdendo a estrutura musical, porém. Nos meus recitais, voz de soprano lírico ligeiro, o fecho era a página acima, onde a voz corria leve e solta alcançando os superagudos.
Estou navegando no barco das ilusões pelo velho Danúbio. Descortino em Viena na Áustria -Schömbrunn, - nome do castelo de verão dos imperadores Sissi e Francisco José, sua histórica sala espelhada, em que Mozart, criança, tocou pela primeira vez a convite da Imperatriz Maria Tereza com mil e quatrocentas alcovas, Insbruck, prédio onde se vê um portal de ouro, visita obrigatória de todo turista, Waissenkirche, a Catedral de Santo Estevão, rei não santo, Eslováquia, Hungria, Budapest, Sérvia e Romênia. Lembrei-me que conjunto de violinos enfeitava nosso almoço em Budapest e que ganhara metros de vinho por vocalizar o tema Dr. Givago, que iam paulatinamente subindo de tom...
Se grandes nomes como Lamartine Babo, Zé Kéti, Jair Amorim, Evaldo Gouveia, Mario Lago, Noel, Ari Barroso e Ataulfo Alves mantêm com belos repertórios, inesquecíveis carnavais, prefiro singrar variados caminhos em meio ao romantismo, que a imaginação desperta aplaudindo, também, os que sobem nos “trens elétricos” carnavalescos.