ARTICULISTAS

Coletando desafios

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 31/10/2024 às 19:51
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Tratados de como levar a vida através de objetivos, que nos deixam a pensar e agir, acredito, precisamos voltar aos bancos escolares da vida. E, às vezes, mesmo com boas intenções, somos reprovados por interferências sutis, assustando-nos resultados imprevisíveis. Isso conta para muita gente, porque sempre há pessoas reclamando sobre a inveja, a maldade dentro da espiral do Universo. Não sei se nos assustamos ou nos comovemos com elas.

Talvez seja esse o maior drama humano, segundo conferenciou, tempos atrás, o mano, de Brasília, Adelmo Salvador Gomes, alertando para a frase crítica de que a cada fim de ano nos propondo a evoluir, recorremos à expiação de faltas, procurando eliminar hábitos e costumes. Jogou a citação oriental de que “o rio atinge seu objetivo porque aprendeu a contornar obstáculos”. Reportou que o mundo interno se baseia em três grandes sistemas: o mental, o instintivo e o sensível. O homem tem dificuldade de assimilar tais conceitos, esbarrando-se no domínio da vontade. Observamos um processo biológico – circulatório, respiratório[A1]  e digestivo – dando às nossas vidas um estado anímico e psicológico, superando deficiências, disse ele.

Como deixou a peroração para que pudéssemos buscá-la dentro de nós, vem minha catarse: Dizem evoluirmos com experiências no confronto do compartilhar. Busco interrogações que, com o passar do tempo, se não formos à luta, são jogadas na vala do esquecimento. Há uma política, em sentido amplo, de que o tempo apodreça a “corda bamba”, obrigando o “perseguidor” a descer. E nessa caminhada de apelações interferentes, surgem atitudes antidemocráticas, antiéticas bem curtidas de vaidades. Pessoas agem achando-se superiores às que supõem enfrentar e prestigiadas pelo Ego, sobem ao palco iluminado ascendendo a mídia com suas maquiavélicas colocações acreditando-se em astros e estrelas de primeira grandeza.

Lanço meu obstáculo de agora. Afinal temos um cordão umbilical que nos agrega ao fio condutor de um ideal. Não desejamos que os filhos que nascem desse ideal fiquem capengantes, não terminando sua História donde “o principal da moralidade transita ao contrário das vaidades efêmeras”.

Remontemos à citação de um dos meus ideais alocados ao “cordão umbilical”. Após o sucesso de um remoto 2008, em que, abraçado pela Fundação Cultural, projeto que idealizara de forma diferencial a ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, com alunos locais e traduzida, pus-me a campo para que esse patrimônio apelante não se escoasse com o passar do tempo…

Cheguei a acreditar que o pedido de um mostruário de vestimentas, como sonho de outras cabeleiras do século XVIII e vestimentas adequadas, fossem guardadas, porque dormiam ao relento, “às traças”. Iniciava-se assim o resguardo da memória, como fazem nos Teatros Municipais. Coloquei-as em três grandes malas, que desapareceram na mudança da casa cultural... para que tudo caísse no esquecimento: “Elementar, meu caro Watson”. Tentaram apagar todo vestígio do que fora projeto audacioso e nem tivera citação na mostra dos trinta e cinco anos da Fundação Cultural, em junho do distante 2016.

Indago: depreciar o valor do trabalho alheio e não analisando somente por esse aspecto, mas contradizer a tradição, não deixa de ser uma agressão à HISTÓRIA? É renegar a própria vida?

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