Há duzentos anos que se comemora a Independência do Brasil, simbolicamente, um grito que ecoara das margens do Ipiranga. E o coração de Pedro I, guardado em formol, que na semana da Independência foi transladado de uma igreja ao norte da cidade de Porto, em Portugal para exposição, por poucos dias, no Brasil, é reverenciado no Itamarati.
Visitamos o palácio de Queluz em Portugal, onde se vislumbra o quarto de Pedro I, no Brasil, e Pedro IV, em Portugal, em seu leito de morte, onde se lê que nosso imperador morreu de sífilis, embora os biógrafos atestassem ser de tuberculose! Diziam-no impulsivo e mulherengo...
Filho de Dom João VI e Carlota Joaquina, governou de 1822 a 1831. Desgastou-se com a elite brasileira pelo seu autoritarismo, renunciando em 1831.
Retornando a Portugal, lutou em guerra civil para que sua filha assumisse o trono português. Da dinastia dos Bragança, deixou o trono português para reinar no Brasil. Seu nome, quilométrico, famoso por sua extensã Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança Bourbon.
Fora o quarto filho do casal acima citado, ainda príncipes, tornando-se reis em 1816. Dom Pedro tinha nove anos quando seus pais vieram para o Brasil, transferindo toda a corte para se livrar da invasão napoleônica.
Dom Pedro possuía realmente talento musical, estudando com os melhores professores da época. Foi aluno do padre José Maurício, Marcos Portugal e de Neukomm. Estudou teoria musical, harmonia, contraponto e os instrumentos flauta, clarinete, fagote e trombone, além de violino e violoncelo. Compositor de uma ópera, uma Missa, um “Te Deum”, Variações de uma ária popular e o “Hino da Independência”. A letra foi escrita pelo jornalista Evaristo da Veiga, aos seus vinte anos, quando ele assistiu entusiasmado à Independência do Brasil.
“Já podeis da Pátria Filhos
Ver contente a mãe gentil:
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
CORO
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.”