A amizade é sentimento nobre. Com enorme potencial, na inigualável textura de amor e doação, em gradativa elaboração, ela mais se desenvolve quanto mais a desfrutamos. É sentimento a fluir em plenitude e graça. A enriquecer e a revigorar o viver de cada dia, para se atingir novos valores. E que se agigantam. A amizade é a construção sadia do Eu, na busca da identidade. É cultuar eleitos, na nobreza de valores buscados no convívio salutar com o amigo. É chegar ao ápice de uma convivência afetiva, solidária e ética. É cultivar o sadio sentimento sem mágoas e mentiras, sem cerimônias e exigências, sem barreiras e cobranças, partilhando segredos e solicitando apoios. Ter amigos é viver em estado de satisfação ou de dor, energias vivificantes do espírito a granjear-lhe crescimento. Ter amigos é estabelecer ponto de apoio acima da resignada aceitação do sofrer, na capacidade do sentir.
Ser amigo é formar elo de indestrutível e sólida afinidade. É cultuar o nobre sentimento com respeito e admiração. É colocar no ápice do coração, a imagem imperecível do irmão.
Amizade é sentimento místico, puro e sublime. É vínculo que reanima e emociona, na busca de um ideal, encaminhando para o Belo e para o BEM, na autoafirmação de nós mesmos. Privilegiados, os eleitos, que se enobrecem na conquista valiosa da amizade!
Napoleão afirmara: “o tolo possui grande vantagem sobre o homem de espírito - porque está sempre contente consigo mesmo”. É contentamento que o “dignifica” na proporção de sua incontida incompetência. Seu tempo, preenchido em acervos de infortúnios e invejas, ocupado em prejudicar os que o incomodam.
Os que se aprazem em se fazer inimigo, preocupam-se em jogar chispas nos que recebem de Deus benesses tantas, que chegam a perturbá-lo, torcendo para que o outro nada tenha. Amofinam-se, dilaceram-se em teatrais atitudes porque, supostamente contentes consigo mesmos. Sabem-se, no âmago da alma, cultores do ódio, da inveja, da incompetência, da nulidade, que se registram nos obituários da História. Incapazes de exercer trabalho, granjeando ao espírito graça e beleza, miram-se no espelho da estupidez, da maledicência, da falsa modéstia, a destruírem-se gradativamente, até que o espírito seja cremado no fogo da eterna vaidade.