ARAHILDA GOMES

Música e sua influência (positiva ou negativa?)

Arahilda Gomes
Publicado em 08/07/2023 às 20:13
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Há dezenas de anos, jornal londrino, através de singular concurso, quis saber o porquê de muitos dos compositores deixarem o mundo dos vivos em reduzida jornada de vida, quando no esplendor de suas conquistas. Cita os imortais que se foram: fertilíssimo Schubert, com mais de seiscentos lieds, morreu aos trinta e um anos. Mozart, fecundíssimo, partiu aos trinta e cinco, como, também, Bellini, autor da belíssima ópera “La sonâmbula”. Bizet foi-se aos trinta e sete, imortalizando sua popular ópera francesa, uma das mais encenadas, a “Carmem”. Mendelssohn, e seu “Sonho de uma noite de verão”, deixou a terra aos trinta e oito anos. O mais conhecido dos compositores românticos, o polonês Frédéric Chopin, não ultrapassou os trinta e nove vividos. Carl Weber, fundador do Conservatório de Praga, expirou aos quarenta, e Schumann alcançou os quarenta e seis anos de glória. Já na encruzilhada, reinaram Paganini, levando seu violino até os cinquenta e oito anos. Offenbach, da bela ópera “Contos de Hoffmann” da conhecidíssima Barcarola, viveu por sessenta e um anos. Ravel e seu “Bolero” acompanharam-no por setenta e dois belíssimos sons. Vivaldi, o padre ruivo das “Quatro Estações”, as repetiu em diversas fases, pelos sessenta e seis anos bem acompanhado. Nosso Villa-Lobos difundiu seu vasto baú nacionalista durante sessenta e oito anos. O alemão Wagner, com inovações temáticas do leitmotiv (motivo condutor de cada personagem), inquestionável e vaidoso gênio, faleceu aos setenta anos. Rossini enterrou musicalmente o primeiro “Barbeiro de Sevilha”, de Paisiello; ambos reinaram até os setenta e seis anos.

Mas o mais imortal de nossos anciãos desprovido de orgulho, o filantropo Giuseppe Verdi, quase atingiu as noventa e um verões primaveris.

 Reflitamos sobre os que partiram jovens. Seriam os momentos difíceis e sem cuidados antissépticos de outrora?

Um parêntese cutucado nos dias que se foram com a chegada do “vírus chinês”, que nos atenta a lavar as mãos com sabão e a usar gel. Fez alarde das muitas mortes que carregou para “aterros”, sinal primordial da última caminhada aos túmulos, sem velório e acompanhamento. E, ainda, com resquícios de “idealismo” sub-repticiamente político, protocolou um tempo de quarentena contado em dias que se multiplicaram em meio a incógnitas e pesadelos! Chagas redivivas que o tempo consumiu em doses homeopáticas.

Assim, a caminhada temporal de todos servirá para “tocar” a alma, transbordando-a em lições de amor, transparência, simplicidade, poupando a colheita às paragens atemporais.

Verdade que os tempos passados não refletiam os tempos salutares de hoje. A Saúde veio higienizar aprimorando conhecimentos através de pesquisas. Entrelaçando trabalho e lazer despontam novos conhecimentos. Nascem do pensamento, energia vital. Aprofundam-se atos voluntários, novas perspectivas de amanhãs com novos hábitos.

E a ARTE é a estrutura dos que sabem dignificar o corpo e o espírito na lucidez de pensamentos e sentimentos!

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