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O quinze e outras datas de outubro

Arahilda Gomes
Publicado em 25/10/2024 às 19:08
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Outubro traz em seu bojo o reconhecimento de tantas profissões. Comemorações gigantes como o Dia da Criança, mais voltado para as preocupações e alertas a esse ser que colocamos no mundo indefeso, frágil e inocente.

O Dia do Médico, os anjos do jaleco branco a quem recorremos quando a saúde nos falta, a pressão sobe, o coração em disritmia, descompassado e sem passo, muitas das vezes com pedras pelos caminhos rolando e cantarolando.

O Dia do Poeta, em que sentimentos e emoções, muitas vezes sobrepujam a razão. Poeta que afaga o coração em alegrias e dores. Aquele que faz da saudade discreta bandagem camuflada. Poeta que desenha paisagens no acalanto da dor. Literato que faz da poesia uma aquarela de cores que a paleta cria em borrifos de dores criando formas e enfeitando a tela de amores.

Destacando o dia quinze, por ser mestra, é data merecedora de todos os holofotes. Nosso Facebook se engalana para homenagear os que labutam na seara da Educação.

Pinço uma só mensagem, de real grandeza e respeito: “no Japão, o único profissional que não precisa se curvar diante do Imperador é o professor, pois, segundo os japoneses, numa terra em que não há professores, não pode haver Imperadores”.

Ah, se isso fosse aplicado aqui no Brasil, onde os que imperam nos altares e nichos como falsos santos de mãos nos bolsos curvam-se apenas para se enriquecerem nas esferas côncavas e convexas do Planalto!... A nação tripudiada nas muitas sessões, onde o interesse próprio sopra benesses biliardárias, esquecendo-se todos das lições de civismo, patriotismo e ética assimiladas nos bancos escolares. Assunto esse que gira em roda gigante, sem nunca terminar, colocando os interesses de um povo relegados a segundo plano.

O heroísmo de uma professora, anos passados, que para salvar seus alunos, na cidadezinha mineira que apareceu no mapa apenas pela tragédia de um psicopata e que deveria estar afastado, e não no trabalho de uma creche, é o simbolismo de governos ineptos. Mais alguns dias e cairá no esquecimento, o que marcou em pleno mês de comemoração a professora imolada no altar da Pátria. Daí minha Oração à mestra, tecendo poesia entre o sonho e a realidade:

Bendito sejas tu, Mestre/Pisando chão duro da estrada/Atingindo dura encruzilhada/Que o feitiço do ideal/Não te fez esmorecer/Bendito sejas tu, Mestre/Caminhando sob chuva/Sol escaldante, vento frio/Abraçando, peito aberto/Com objetivo certo/Sem te deixares abater/Bendito sejas tu, Mestre/Enfraquecida pelos caminhos/Desgastado  como se fosses/Os missionários eternos/De santa e nobre missão/Figura sempre evocada/De santo: humano e divino/Ser que jamais se aniquila/Na luta, grande jornada/Porque teu nome enobrece/Tecido em forma de prece/Imolado no Altar da Pátria/Em forma de oblação!

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