Não há quem não repita os versos acima “copiados” de Bilac. Poemas, também, de Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e outros românticos pairavam em nossas cabeças ávidas do saber, nos bancos escolares. Hoje, se o poeta se inquietava com a possibilidade de “ouvir” estrelas, nosso contemporâneo Cartola filosofava sobre o mutismo das rosas, mas que o perfume exalado delas, era furtado da amada.
Nos dias em que vivemos, a poesia tenta se esconder, porque os menestréis, que há bem pouco ainda cantavam nas janelas, mesmo que recebessem um jato de água fria dos papais de suas donzelas belas e puras, não mais trocam as escadas pelas tranças de Julieta...
Até as estrelas se assustam neste mundo por onde passeiam, trêmulas, em lampejos de dores. Parece que a natureza, ensandecida, é golpeada a cada instante em pinceladas de chuvas assassinas, de paisagens sem moldura no acalanto da dor. Tudo se faz mortalha ante espantalhos da boa colheita. Quando o homem se conscientizará que daqui a poucas dezenas de anos, as calotas polares derreterão as montanhas glaciais, o calor subirá incontrolavelmente, os homens sem faros de lucidez, se tornarão sempre meias-feras? Creio, já estar acontecendo!
Os valores humanos perdem, a cada dia, sua essência nos limites de um tempo sem fronteiras, indimensionável!
Factoides do poder dançam em torno de suas fofas cadeiras nos voos cada vez mais estratosféricos, amealhando a cada eleição, propinas, “mensalões” e “petrolões”, confiscando vergonhosamente esse povo que, acreditam, ter cara de palhaço no picadeiro dessa terra, antes consagrada - Terra de Santa Cruz.
Até na vagarosa caminhada de teimosa passagem da assustadora Covid chinesa a se multiplicar, incessantemente, vivenciando protocolos diferenciados, aprende-se a vislumbrar estrelas cadentes em pedidos de um “salve-se quem puder”!
Mas, voltemos às estrelas, que ainda brincam no céu de azul anil deste Brasil e que, dizem, elas pouco aparecem no México. Aqui, com todas as verborreias gritantes de falsos defensores da Pátria-mãe gentil, campeiam corruptos, nas passarelas côncavas e convexas cada vez mais “blindadas” de falsos inocentes. Sem temer e sem tremer, gargalham no jogo de esconde-esconde das luminárias estelares em meio à “alvorada” de ambicionado e reluzente sol.
“Deus, oh Deus, onde estás, que não respondes?” (Vozes d’África - Castro Alves)