Questionamos tanto sobre a data natalina e o período complementar de dias festivos, até a chegada do Ano Novo. Ecos de Boas festas espalham subitamente a conhecidos e desconhecidos. Pessoas acreditam que a frase dita, mesmo de forma inconsciente, possa exorcizar o mal, em meio às falsidades espalhadas durante o ano que se esvai.
Os arquitetos da mentira criam jogos de forma concreta, influenciando cabeças mal pensantes a mesclarem de vivas cores a arte deformada.
Mudariam se fosse Natal?
Orgulhosos, egoístas e poderosos disputam espaço o ano inteiro para driblarem a verdade, ignorando não os mansos e humildes de coração, sem jamais se sensibilizarem com a classe oprimida, “porque pobre tem que sofrer”.
Mudariam se fosse Natal?
O sistema de saúde eternamente deficitário, porque “prato cheio” de desvios de verbas com todas as siglas dos IPES da vida não atendem o necessitado, por falta de leitos, criando filas intermináveis, que se arrastam meses afora.
Mudaria se fosse Natal?
Os “sem ter o que fazer”, mascarados na sua identidade, acotovelam-se nas esquinas da vida, contando vantagens e maldades, falseando aos passantes o chavão natalino e o de Feliz Ano Novo.
Mudariam se fosse Natal?
Os políticos enchem páginas especiais, ou melhor, policiais, derramando jatos sem limpar os canos entupidos de tanta roubalheira, estancando a Nação, porque, na tentativa de não escorregarem na lama e dejetos, tornam-se anjos de cara suja, distribuindo mensagens de otimismo em seus partidos, trocados a bel prazer na dança do esquema da corrupção.
Mudariam se fosse Natal?
Porque foi-se o Natal, empurrando o calendário para um Ano de esperanças redobradas?
E o trôpego Velhinho Noel acena para mais uma moratória, esperançoso de que a humana raça se emende nesse “mea culpa” de agora.
Torçamos para que o saco que carrega sempre cheio não se transforme em “saco de risadas...”
Rô, Rô, Rô, Rô!
Não penso em presente material
Busco, somente, neste Natal
Desempacotar alegrias,
Desatar os nós da hipocrisia
E que a paz do dia a dia
Seja o presente,
Que nos queiram dar.
Arahilda Gomes Alves
Cadeira 33 da ALTM