ARTICULISTAS

“Plantar o verde para colher maduro”

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 13/01/2024 às 18:10
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Recebi, de um dos grupos do meu WhatsApp (leitura viciada de todas as manhãs junto à dos jornais do dia), uma lição de amor colhida em país distante e que nos chega via Internet, semeada pelos caminhos…

Convida-nos a guardar sementes de frutos comestíveis, secá-las e ao sair pelos campos, jogá-las ao vento para que cresçam, alimentem e deem sombra aos viandantes.

Possivelmente, não serão elas a nos apetecerem, mas as gerações que nos procederem serão presenteadas com tamanho gesto cívico, ao invés de serem desperdiçadas nas lixeiras, sabendo-se que ainda serviriam de adubos às plantinhas que ornamentam e alegram nossa existência.

Mas precisando também de dar-lhes atenção para crescerem viçosas, não nos esquecendo de regá-las e dar-lhes vida com o calor do sol. Através desses procedimentos, uma corrente de cuidados lembrando-nos da proteção ao ambiente com as águas dos rios, com as margens ribeirinhas e, também, com nosso corpo e nosso espírito, formando uma espiral de bons hábitos, que só nos têm a presentear.

Nós, brasileiros, ainda não formamos hábitos de separar o lixo de acordo com o que não mais nos serve, de cuidar do chão, onde pisamos, não nos preocupando em jogar o lixo no lixo. Contaminamos o ar que respiramos e quase não praticamos cuidados com a higiene, fazendo das mãos o alcance negativo de nossa saúde, tão obrigatória quanto àquela da pandemia rabugenta!

Aprendemos muito com povos mais educados. Lembro-me que, ao atravessarmos de ônibus uma das ruas da Suíça, alguém ousou jogar um papel de bala pela janela, tendo a “perseguição” dos atentos homens da higiene, com o objetivo de parar o veículo dando advertência.

Na Áustria, ao descortinarmos o lendário Danúbio azul, que deu nome à famosa valsa vienense de Strauss Jr., mas de cor marrom-claro, por todo seu vasto curso, a limpeza de suas margens, o verde que o protege como moldura oferece aos turistas o navio John Strauss, para navegar por ele. Nos belos jardins de Viena, monumentos de Mozart, Schubert, Beethovenn, a cidade que fora considerada o maior centro da música europeia. Daí a vontade firme de viver saudavelmente construindo esperançosa cidadela de reforçados caminhos, sempre renovados, colhendo frutos sazonados durante as quatro estações do ano, que o tempo não prescreve.

Por todo o leito navegável e coroando a mente do compositor, a criatividade, também, para o Conto dos Bosques de Viena, que o Rei da Valsa e toda sua dinastia plantou em Viena, a terra de Sissi Imperatriz, casada com Francisco José, hospedando-nos no hotel, antigo palácio do casal, confrontado ao palácio de Schömbrunn, residência de verão dos monarcas.

Dizem que Berlim, rodeada pelo rio Elba, é uma cidade com grande bosque, que tem uma pequena cidade. Isto porque uma lei do século 17 obrigava que todas as ruas e casas deveriam plantar árvores. Daí ser a cidade mais arborizada do mundo. Pelas estradas ornamentavam-nas margaridinhas, recebendo jatos de água descrevendo desenhos geométricos e irrigando o vergel repleto de florinhas bucólicas e coloridas.

Se a vegetação recebe a água tratada, vários países da Europa, lembrando apenas a Holanda, com suas tulipas e jacintos, jorram água potável abundante das torneiras para o desenvolvimento ambiental da população.

E viva Mona Liza, inspirando sua saudável juventude desde o Renascimento, eternizada por Da Vinci...

 Arahilda Gomes Alves

Cadeira 33 da ALTM

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