ARTICULISTA

Um sete histórico

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 13/09/2023 às 18:45
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O feriado do sete de setembro nos leva, não só a comemorar esse dia, mas também a abraçar e a refletir sobre a data, que as folhas do tempo arrancam, plácidas ou implacáveis marcando fatos e feitos. Recordo meus dias de “fessora” em que, idealista, criava cenas para desfile obrigatório inventando teatrinho e vestimentas atrelados à data. Anos corridos, missão de repassar fatos alusivos a ela, às cabecinhas de uma meninice ávidas do saber. Contar como nasceu o hino em pleno grito da Independência, no entusiasmo de Pedro 1 (que dizem ser a música de seu professor Marcos Portugal) e a letra do livreiro e político Evaristo da Veiga cantado naquele dia comemorativo, no paço Municipal. Levar a classe a interpretar o poema, todo na ordem inversa, modismo da época, era trabalho civicamente satisfatório.

Em passado sete de setembro, me trouxera recordações emocionantes. A faixa homenageando saudoso prefeito Hugo Rodrigues da Cunha pela honestidade, caráter inquestionável de esposo, pai, amigo e de homem público, lembrado pela Setas e me sendo mostrada no Face book pela saudosa filha Patrícia, linda e educada contando de sua emoção, reviveu em mim misto de alegrias e saudades. Alegrias, quando me “caiu a ficha” daquela garotinha que me lembrara imagem como mestra de música, depois das muitas presenças em sua casa, das vezes em que nosso coral subia em caminhões cantando o jingle que fizera ao pai candidato: “Minha gente, para frente é que se anda/Ver Uberaba desse jeito como doi/ O nome certo, o nome feito /Tem Uberaba pra prefeito/Hugo é o nome que constrói! Outro: Vamos nós participando/Nós estamos trabalhando/Como é bom estar contente/E com Hugo andar pra frente... LÁ, LÁ, LA...

Emoções redobram marcando saudades. Vida de mestra que trabalhara 47 anos, cheia de idealismo e já aposentada soerguendo-se no que gosta de fazer, sobrepondo-se a quem se propugna a formatar sensibilidade com objetivos maiores dos resguardos da mente e do coração: a música, a literatura e o esporte. As Olímpiadas e as Paralimpíadas mostram a imagem do equilíbrio e da boa conduta, quase sempre abrindo pegadas para um futuro de boas vitórias vivenciais. Alunos há reverenciando mestres, em todos os setores buscando uma pátria livre, atualmente, de desenfreadas corridas, ante más trajetórias de desgovernos, mesmo que a poética do hino da Independência lembre o poema patriótico: Ou ficar a Pátria livre/Ou morrer pelo Brasil!

Arahilda Gomes Alves

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