ARTICULISTAS

Visão histórica/pedagógica de nossos hinos pátrios

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 16/09/2023 às 16:12
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Os hinos sofreriam desgaste através do tempo? Fui surpreendida, há anos, por uma diretora de uma escola local, solicitando-me alteração na letra que eu compusera, por considerá-la obsoleta... “Na colocação do Homem, centro do universo/Plano de ação de importância salutar/Na busca da aptidão/Pela experiência/Ideal-conceito sublime a alcançar/Não importa a fé, o credo, a cor/É integrar para o educar/. Nossa proposta de amor. Coro: Canalizemos, pelo estudo, o caminho/Homem, Escola/oficina, Lar/Que nesse apelo tudo persista/Nós te queremos Escola Municipal Boa Vista!”

Se nos apegarmos à História, a começar pelos hinos oficiais compostos em século passado, desfaríamos todo o conhecimento de uma época na qual a Arte, em que se aboleta a Música, marcaria uma lacuna de conhecimentos, uma sombra em que a literatura e a Música se perderiam na escuridão da memória.

Já pensaram se mudássemos os hinos pátrios, a começar pelo “Hino Nacional”, escrito na ordem inversa, modismo da época e que nos albores da República  trazia o tema da Independência, assim interpretado: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico...” Ou no da Proclamação da República, escolhido pelo júri como “Hino Nacional”, mas que o povo não o aceitara: “Seja um pálio de luz desdobrado/Sob a larga amplidão destes céus”... E ainda o da Bandeira: “Salve lindo  pendão da esperança/Salve símbolo augusto da paz/Tua nobre presença nos traz à lembrança/A grandeza da Pátria...”

Os hinos trazem na sua estrutura musical cadência mais solene, diferenciando de marcha, como o é o “Hino Nacional”, cuja letra já existia desde a abdicação de Pedro I, com a música de Francisco Manuel da Silva entoada em eventos que se desejavam destacar. Não deixa de ser uma exaltação, na acepção literária sendo marcha, na sua estrutura musical.

Representam exaltação, louvor, símbolos homenageando cidades, escolas, sejam cívicos ou religiosos. De ritmo mais solene, em que a prosódia segue o mesmo encaminhamento, marcando a tônica das palavras poéticas no tempo forte do compasso. Regra a ser observada no encontro das duas ideias: literária e musical. Se houver dois compositores na sua criação, confortável tal desenvolvimento, sem que ambos não decepem a criatividade de um ou de outro. 

Comecemos pelo “Hino Nacional”, que durante os idos de 1932 trazia letra desde a Introdução.

Arahilda Gomes Alves

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