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Não esqueça a minha Caloi

Há 48 anos a empresa fabricante das bicicletas Caloi colocava no ar uma propaganda de Natal

Celi Camargo
Publicado em 12/11/2018 às 19:37Atualizado em 17/12/2022 às 15:23
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Há 48 anos a empresa fabricante das bicicletas Caloi colocava no ar uma propaganda de Natal que representou o sonho de consumo da garotada da década de 1970. “Não esqueça a minha Caloi” era a mensagem escrita pelas crianças que protagonizavam o vídeo ao fixar os bilhetes em pontos estratégicos para que todos da família pudessem ver. A campanha desenvolvida pelo publicitário José Cocco tinha como objetivo persuadir a criançada e fazer com elas pedissem de presente uma bicicleta Caloi. Eu mesma usei desta estratégia para conseguir realizar o sonho de ter uma bicicleta. 

Com o passar dos anos o slogan da Caloi passou a ser usado para outras finalidades. Brasileiro adora gírias e incorporou a mensagem no dia a dia para se referir a um pedido que deseja ver atendido. A publicidade tem esse dom: vende sonhos e cria realidades no jeito de falar e de ser de uma comunidade. Com o Denorex foi assim. Tudo o que era parecido, mas de fato não era o verdadeiro, o brasileiro chamou de denorex numa alusão ao xampu anticaspa que parecia remédio, mas não era. E assim a publicidade foi incorporando uma imensidão de slogans na linguagem do brasileiro.

Neste período em que o Natal se aproxima, as campanhas publicitárias tendem a ampliar o seu poder de persuasão. Elas encontram do outro lado um público mais receptivo a assistir, ler, ouvir e se contagiar com as mensagens de marcas que se preocupam também em vender conceitos. Já na década de 1960 a empresa aérea Varig usou da estratégia de se posicionar melhor perante o público e lançou um comercial cujo jingle dizia: “Estrela brasileira no céu azul, iluminando de norte a sul. Mensagem de amor e paz, nasceu Jesus, chegou o Natal. Papai Noel voando a jato pelo céu, trazendo um Natal de felicidade e um ano-novo cheio de prosperidade”.

Composto pelo músico paulistano Caetano Zamma, o jingle sustentou as campanhas natalinas da Varig até a década de 2000, quando a empresa encerrou as atividades. Outro Jingle que marcou época foi o da campanha do extinto Banco Nacional S/A. “Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz... Que o Natal existe, que ninguém é triste, que no mundo há sempre amor. Bom Natal, um feliz Natal, muito amor e paz pra você, pra você”.

Tudo isso são demonstrações do poder da Publicidade. Um mundo mágico feito por profissionais criativos. Gênios que transformam produtos em marcas memoráveis que ficam eternizadas em nossas lembranças. Ser publicitário é sentir o gostinho de transformar o abstrato em algo tangível. É estudar, é ir a fundo no conhecimento para difundir sonhos num mundo em que tudo é possível. 

(*) Diretora dos cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Audiovisual da Uniube

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