Foi-se o tempo em que propagandas e programas eleitorais exibidos na TV aberta e no rádio tinham peso
Foi-se o tempo em que propagandas e programas eleitorais exibidos na TV aberta e no rádio tinham peso decisivo na escolha dos eleitores. A queda do nível de influência desses dois veículos vem sendo percebida desde as eleições municipais e, agora, em 2018, com as eleições gerais para Presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual a constatação ficou ainda mais clara. Restou para o corpo a corpo e para as redes sociais fazerem a diferença no quesito influenciar eleitores.
As redes sociais são democráticas quando o assunto é acesso e navegação. Estão à disposição daqueles que têm Internet ao alcance. Não há regras que limitem a quantidade de mensagens postadas ou o tempo estipulado para cada vídeo que venda a imagem de um candidato ou que detone com a imagem do mesmo. Deve-se levar em conta, ainda, que, sem ter que pagar nada, o candidato encontra milhares de simpatizantes que vão multiplicar – ao modo de cada um – a mensagem dele. Se eu gosto, eu posto, eu divulgo, infinitamente, no WhatsApp, no Instagram, no Facebook, no YouTube, no Twitter e em outros mais.
Nesse mar de redes, todos se sentem capazes de divulgar informações sem se dar ao trabalho de checar se são ou não verdadeiras. A indústria das fake news cresce como praga na vegetação. E, com certeza, teve um papel fundamental nessas eleições, demonstrando que ainda falta muito para os eleitores se alfabetizarem digitalmente. O Ministério Público Federal bem que tentou cercar a difusão de notícias falsas, mas a produção em larga escala foi mais forte.
Nesse joio todo, lá na ponta, está o verdadeiro jornalismo. Impávido, assistindo e denunciando com provas as irregularidades, as corrupções que permeiam o meio político e empresarial. O jornalismo está lá, impávido na luta para garantir a democracia. Os jornalistas não são de jogar confetes sobre eles mesmos ou na profissão. Mas é preciso nos mostrarmos mais para fazer valer a força da verdade. Quantos jornalistas amargam perseguições e são ameaçados por simplesmente cumprirem com o compromisso de mostrar a verdade?
É, caros leitores, em terra de fake quem tem jornalismo na veia é rei. É por essas e outras que buscamos formar jovens compromissados, sabedores de que a informação ética e verdadeira tem papel insubstituível em uma sociedade democrática, que precisa ter os seus direitos garantidos.
(*) jornalista, mestre em Educação, diretora dos cursos de Jornalismo, Audiovisual e Publicidade e Propaganda da Uniube