Enfim preso. Mesmo que por pouco tempo a inédita decisão de prender um Governador acusado de corrupção pode ser um prenúncio de que no país a corrupção, política pode finalmente levar para a cadeia pessoas que gozam de foro privilegiado. O caso do governador José Arruda estava acintoso, afinal, alegar através de falsos recibos, o gasto de quase um milhão e meio em panetones é conversa para quem acredita em Papai Noel. O pior é que essa prática estava servindo de inspiração para políticos do mesmo nipe, que, de olho na Páscoa, já planejavam distribuir ovos de chocolates aos eleitores, jurando que essas iguarias foram botadas por um lindo coelhinho felpudo. Afinal, neste ano de eleição vale de tudo para vencê-las. Nessa disputa, a prisão de Arruda servirá de bandeira para forças adversárias e tingirá como uma nódua os correligionários do DEM, partido que elegeu arruda no Distrito Federal. A sorte para muitos que estão na corrida da reeleição é que sobram poucos partidos com isenção para falar mal de corrupção, por estarem envolvidos em outros escândalos. Enquanto isso, do outro lado do panorama político, Serra tenta emergir das profundezas das águas das enchentes que assolam São Paulo, na tentativa de ganhar vantagem sobre a ministra Dilma Rousseff, que segue ao lado do presidente Lula inaugurando obras e mais obras Brasil afora. Comendo pelas beiradas, no estilo bem mineiro, Aécio Neves segue o seu programa de governo com a firme intenção de deixar o comando de Minas nas mãos de Anastasia, em março. O destino do governador nas eleições é que pode ser bem outro do que o anunciado. Até o momento, ele alega ser candidato ao Senado, mas numa análise de conjuntura ele representa uma reserva técnica do PSDB, capaz de bater a ministra Dilma, que a cada dia encosta mais ainda no inexpressivo José Serra. A seu favor, Aécio Neves tem a simpatia de vários grupos políticos de partidos antagônicos. Minas vai bem e crescendo. Aécio soube fazer o seu markting. Basta ver a qualidade e o nível das propagandas que mostram as ações e os programas do governo mineiro. Acredito que, se o PSDB não quiser ir para o ralo junto com a enchente de São Paulo, a saída para a disputa da presidência é o governador de Minas - embora isso possa causar um mal-estar nas hostis políticas dos tucanos. Bem, mas trazendo o assunto para a nossa região, muitos candidatos também aqui da terrinha já estão com o bloco na rua. Aliás, neste carnaval, o bloco do “tapinha nas costas” vai dominar o sambódromo. Hajam costas e ouvidos para aguentar esse enredo. Mas o bloco que espero mesmo ver brilhando é o da justiça, para por fim naqueles que estão fazendo propaganda extemporânea.