ARTICULISTAS

Surto atrás de surto

Cesar Vanucci
Publicado em 18/09/2025 às 18:34
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“Washington é tão violenta quanto Brasília” (Donald Trump)

Em recente surto autoritário, Trump decretou estado de emergência em Washington, classificando a Capital como uma das cidades mais violentas do mundo, equiparável a Brasília... Deslocou tropas para enfrentar eventuais desordens e abusos que estariam sendo cometidos pelos “sem teto”. A imprensa estadunidense definiu o ato como despropositado, lembrando que os índices de violência estão bem abaixo da delirante imaginação do presidente. Surgiu também na avaliação jornalística a suspeição de que a tresloucada medida objetivou retirar do foco das atenções a escabrosa narrativa sobre os crimes sexuais praticados pelo magnata, amigo do presidente, que cometeu suicídio ou foi suicidado na prisão. A suposta violência urbana em Washington e Brasília arguida por Trump talvez possa ser “explicada” pelas tentativas golpistas cometidas após as eleições que alijaram do poder, lá e aqui, personagens inconformados com as derrotas sofridas nas urnas.

Não há como não qualificar de alarmante o grau de fanatismo ideológico introduzido nos elevados escalões governamentais norte-americanos da “era Trump”. O secretário da Defesa, segundo na hierarquia de comando da maior força militar do planeta, destacou com louvores, em publicação do Pentágono, a manifestação de dois clérigos de uma seita religiosa. A manifestação em causa diz respeito ao “papel de submissão resignada” atribuído à mulher no contexto bíblico. Segundo os religiosos, pessoas do sexo feminino não devem ocupar cargos de chefia em qualquer organização, nem tampouco votar em eleições. Vão mais longe ainda: o voto eleitoral deveria ser um único por família, exercido, naturalmente, pelo homem da casa. Minha nossa! A hipótese desses “doutos” conceitos derivarem de “cátedra talibã” do Afeganistão não deve ser descartada...

Depois do Pix e do varejo da rua 25 de Março de São Paulo, Trump aponta também o Programa do governo brasileiro “Mais Médicos” como ameaça aos “respeitáveis interesses” dos EUA. Em razão disso, noutro incontrolável surto, determinou que fossem negados vistos de entrada em seu país aos conceituados técnicos que conceberam e colocaram em execução o aplaudido trabalho de interiorização de assistência médica levado a rincões remotos deste nosso país continental. Cabe sublinhar, com júbilo, que o número de médicos que participam do Programa hoje é superior a 30 mil, sendo 86 por cento deles genuinamente brasileiros. Além dos técnicos, foram atingidos também pelas “sanções” de El Rei o ministro Alexandre Padilha, esposa e filha menor. Consta ainda que o psiquiatra de plantão no Salão Oval da Casa Branca foi quem conseguiu dissuadir Trump de estender o veto de entrada nos EUA aos vizinhos do quarteirão onde se acha localizada a moradia do titular da pasta da Saúde.

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