A festa das Neves se refere à padroeira da cidade pessoense. Mas, na infância, recém-chegado de Guarabira, sem antes ouvir pela primeira vez de tia Nevinha ser o nome da santa, achei ter a ver com neve caindo do céu.
Pode-se confundir muita coisa, só não podemos confundir o tempo. Esse é implacável, muda tudo. Pois, se nem a poupança Bamerindus continua numa boa, se nem o banco existe mais, chegou a hora e a vez do morango.
Apenas algo sempre existirá sem que o tempo interfira, chamado de demanda e procura. Se o preço está X, devido à procura, passa a ser Y, e, se brincar, na pouca oferta chega a Z. Ocorrida com o morango, caído no gosto palatável dos oiapoquenses aos chuienses.
Entretanto, o morango do amor está a causar dor, desamor e até “ódio” (hipérbole). Pessoas querem fazer o bombom, crocante por fora e macio por dentro, mas não conseguem devido ao tal caramelo, que é difícil de acertar o ponto e torna-se o vilão da paróquia.
Certo mesmo é que a festa das Neves está chegando e, sem dúvida, nas bancas, as maçãs do amor e a uvas cristalizadas, certamente irão ficar tristonhas, a lamentar entre si: “Perdemos a vez. Por causa da Jessyka Rayssa, filha da Regilene... Agora quem manda em Jampa é o morango aqui do Nordeste”.