Odete Roitman - Baseado em Afinal Capítulo Final

Passados sete dias da resposta de quem matou Odete Roitman? Sete como número de mentiroso, diante da maior mentira dos últimos tempos. Segurar uma bala nos peitos... Mas o Brasil gosta mesmo de novelas, inverso de antiga canção irônica. Canais celulares agora seguem seus telespectadores.

Seja para torcer pelo mocinho se dar bem no final, o casal de apaixonados que ficaram separados desde os primeiros capítulos, até que no último dizem o tão esperado sim, torcer para fulano ou cicrano ou beltrano pegar o buquê e o vilão terminar recebendo o devido castigo.

Desta feita, acredito nesse remake de “Vale Tudo”, ter sido diferente, por ter havido um sentimento coletivo de protesto, cujo enredo, que reverberou no de agora, quando muitos ficaram revoltados com o Marco Aurélio, do passado, fugindo do Brasil, se dando bem e dando uma banana para os bananas da república de bananas.

Talvez passou desapercebida a última frase dita na novela, por aquela que protagonizou cenas de racismo, xenofobia, capacitismo (escondeu o próprio filho deficiente), não foi empática com o problema de alcoolismo da filha Heleninha, além de não gostar de pobres e pagar pelo plano astucioso que a manteve viva para declarar: “Olá, Brasil. Odete Roitman sempre volta”. 

Noutras palavras, o mesmo que dizer: continuarei com os atos preconceituosos contra o berço de raças, mistura de culturas, histórias de lutas e superação, quando na verdade, como é bom comer chocolates coloridos de sabores diversificados da madrinha USA. Por incrível que pareça, parece que o estrangeirismo dá mais valor ao brasileirismo do que a maioria dos brasileiros.

Bom, Odete respirando. Sou a favor de pagarmos diante da justiça dos homens por tudo que fizemos contra o próximo. Certo é respirarmos até o fim do último suspiro. Termos tempo de nos arrepender, pedir perdão, reembolsar a quem subtraímos. Fora disso, cabe apenas a Deus julgar, sentenciar.  Diante do seu Tribunal sem termos sido mortos.