Gosto de conversar com Erik Matthaus. Porque ele concorda comigo em tudo? Não! Justamente pelo contrário. Porque é muito fácil se dar bem com alguém que concorda cem por cento conosco. Parafraseando o Mestre: se gostarmos apenas daqueles que nos fazem bem, que mérito há nisso?
O fato de não concordar em tudo, de nos dar a possibilidade de ampliarmos os nossos horizontes. Saber o que realmente a teoria X difere com Y e encontrar um equilíbrio comum em Z. Isso é no que se baseiam os fundamentos do diálogo, não do monólogo.
Começamos a conversar sobre Bolsa Família. No qual lhe dei o exemplo do tanto de batida de palmas que ouvia desde a minha adolescência no portão de casa pelas famílias pedindo um pouco de comida. Algo que diminuiu de modo considerável com o advento do Bolsa Família.
Erik concordou comigo, porém, fez a ressalva de que muitos se acomodaram com o benefício e acham melhor receberem do que enfrentarem uma jornada de trabalho exaustiva, tendo que pegar ônibus, cumprir horários e receber ordens. No que guardada as devidas proporções, deveria ao menos tal programa assistencial ter um prazo de validade.
Diante do argumento apresentado, como discordar, se ele mesmo testemunhou haver placas em vários estabelecimentos contratando mão de obra, mas ninguém se apresenta para ocupar as vagas. Conscientemente, tratando como razão disso o comodismo por receber do Bolsa Família.
Foi quando lhe apresentei a teoria do CAPISOLNISMO (neologia criada por mim). Representada pelo exemplo que lhe dei da multiplicação dos pães, no qual Jesus fez uso do capitalismo (barco, rede, cestos, peixes e pães); socialismo (temeu despedir o povo com fome) e comunismo (dividiu a todos em comum), até se fartarem.
Por fim, segundo a frase do advogado norte-americano Brian Sthepenson, formado em Harvard: “O oposto da pobreza não é a riqueza. É a justiça”. Erik mesmo corroborou no exemplificar das mãos encaixadas, seguida da fala: “Capitalismo, socialismo e comunismo devem se juntar como num só”. Não estou sozinho.
