A verdadeira luz do mundo é Cristo, esperado com alegria no Natal. É luz divina brilhando nas trevas escuras do mal. Deus adentra a história humana através de seu Filho, honrado e festejado no fim do ano. No Advento, as comunidades cristãs se preparam para celebrar o evento do nascimento do Menino Jesus. É a dinâmica de Deus que se faz homem para que o humano se torne divino.
A percepção dos sinais sensíveis é como luz da presença divina na história humana e das comunidades cristãs, depende muito da vigilância das pessoas. A natureza criada revela Deus presente nos fatos da vida. É uma presença, muitas vezes ferida, quando agimos irresponsavelmente em relação à preservação das riquezas naturais. Entendo que o calor de então é fruto dessas atitudes irracionais.
Diante das trágicas guerras, que destroem vidas e bens da natureza, o sintoma é de impotência total e desespero daqueles que são atingidos e de insegurança para o mundo todo. Pelo que se vê, a Luz do Natal não está sendo levada em conta, reinando escuridão total, provocando destruição com dimensões incomensuráveis. Só uma conversão total será possível para surtir um caminho de paz.
Diante de tantas situações trágicas no mundo, podemos dizer que houve um esquecimento de Deus. Para aqueles que têm fé num Deus providente, estamos num momento de urgente súplica, mas também de lamentação, até com o pedido de que Deus desça do céu para acudir a terra. Toda destruição é obra da infidelidade das forças contrárias aos ensinamentos do Senhor.
Advento denota revelação da Luz, a chegada daquele que é capaz de resgatar a dignidade das pessoas e construir esperança para os fracos e espoliados da sociedade. Ele é a sabedoria divina, que consegue cumular as pessoas de fecundos dons para construir a sociedade sadia dos humanos. Sem a Luz, que é Cristo, o mundo fica deficiente como ambiente que proporciona felicidade.
Celebrar Natal é celebrar a esperança, é estar de prontidão e ser capaz de tomar decisões importantes diante dos males que estão incomodando no mundo. Não é momento de medo, de ficar escondido, mas de vigilância, andando pelos caminhos apontados pelo Evangelho. Deus nasce para salvar o povo, para reconstruir e firmar suas opções na prática do amor e da fraternidade.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba