A palavra destino quer indicar um fim ou o resultado de uma determinada ação. Assim, podemos olhar para a história como um caminho, construído por muitíssimas mãos, projetando chegar ao cume daquilo que é almejado. É o que acontece na vida concreta de um agricultor, que lança a semente na terra e aguarda calmamente a brotação, o crescimento e o resultado, para cobrir suas necessidades.
A história da salvação, que começou quando Javé fez com Abraão e Sara uma proposta de Aliança, continua hoje na missão da Igreja e na vida de cada cristão. Ela é como uma utopia, corroborada pela virtude da esperança, na expectativa da vida em Deus. Portanto, o destino da história da salvação é a perfeição na eternidade. É um caminho construído com o empenho libertador de cada ser humano.
A Igreja, estando presente na história, como uma vinha do Senhor, tem como destino concreto de missão produzir muitos, bons e fecundos frutos de vida em Deus. Ela planta no mundo, mesmo com marcas de fragilidade, o amor oriundo de Deus, para o presente e para o futuro da humanidade. Fundamentada na Palavra bíblica, trabalha oferecendo indicativos de justiça, verdade e paz.
O que chamamos de “hoje” da história está ligado a passos marcantes do passado e se edifica numa construção voltada para o futuro, como destino. O que agora é construído com amor evidencia as inúmeras habilidades vindas da experiência da história passada, mas com arquitetura visualizada como destino futuro. É justamente nesse contexto que acontece a realização da pessoa humana.
O alvo de tudo que foi exposto acima tem como destinatário e agente o ser humano. Cada pessoa é construtora de história, de espaço onde pode reinar o amor, a concórdia, a alegria e a harmonia colaborativa. Um espaço que favoreça também, na convivência de fraternidade, o respeito, a verdade e a justiça. Estas práticas são características do que Jesus anuncia para a construção da sociedade.
A projeção para o futuro, como destino das pessoas que acreditam em Deus, nada mais é do que mirar os olhos na ressurreição de Jesus, prometida aos seus seguidores, consolidando, de forma definitiva, a Aliança do passado feita entre Deus e Abraão. Assim, damo-nos conta de que o destino definitivo da história da salvação é a consumação da plenitude do amor em Deus.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba