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Esperança e vigilância

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 08/08/2025 às 18:23
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São duas palavras que exigem reflexão e compromisso. A esperança é um desejo positivo e uma expectativa com confiança. No âmbito religioso, é uma das certezas baseadas na fé e nas promessas divinas, contidas no livro da Sagrada Escritura. A vigilância é estar em atitude de prontidão e sentinela em relação ao que é projetado na defesa da esperança e na realização do futuro que se espera.

A história bíblica revela a presença de Deus na caminhada do povo. Mas, nos momentos de maior sofrimento, a esperança ficou sempre fraquejada, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos e todos os agentes pastorais e missionários, de todos os tempos, como verdadeiros vigilantes, sustentaram a fé e o nível de confiança quanto ao cumprimento das promessas de vida.

A palavra sofrimento não pode ser sinônimo de desespero. Por outro lado, a atitude de esperança, nesses momentos, depende de vigilância e encorajamento. É aquilo que Jesus ensina para seus discípulos: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). A tentação pode detonar a esperança e a pessoa perder o rumo da história.

Fé é certeza e convicção a respeito de realidades invisíveis, fundamentadas nas promessas divinas. É uma via de vigilância, onde está enraizada a esperança, o reconhecimento da possibilidade de vida melhor, na terra e na eternidade. Na terra, ela se expressa na prática da caridade fraterna, no reconhecimento da dignidade do outro. Na eternidade, o encontro pessoal com Deus.

A esperança e a vigilância, dentro do plano de salvação, consolidam-se na fidelidade ao Senhor e ao irmão mais próximo, com destaque para com aqueles que são mais vulneráveis e desprezados da sociedade. Podemos dizer que tudo isto faz parte do projeto universal de construção do Reino de Deus, chamado de projeto escatológico, porque tem também uma dimensão de eternidade.

Jesus não deixou de exortar, e com muita insistência, sobre a necessidade da vigilância e da responsabilidade. Sem esses dados, é impossível sustentar uma verdadeira esperança. A Palavra divina reforça a palavra do Mestre, quando diz: “Ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas” (Lc 12,35). Não é fácil manter as lâmpadas acesas num mundo que ameaça a esperança.

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