O termo “paz” é muito significativo, porque tem a dimensão de uma boa e tranquila relação entre as pessoas que, normalmente, não estão em conflito. Pode ser também um estado de calma, ausência de perturbações, agitações, violência ou guerra. É do conhecimento de todos que certas situações do cotidiano dificultam a convivência e a realidade de uma paz com verdadeira serenidade.
Mas a paz tem uma dimensão também sobrenatural, quando dizemos que Cristo é o “príncipe da paz” (Is 9,5). Paz presente nos relacionamentos fraternos, mas também no coração de cada pessoa, com a possibilidade de construir uma vida mais saudável e equilibrada. A situação de desarmonia interior acaba fragilizando a pessoa, podendo inclusive influenciar na sua vida psicológica.
O Dia Internacional da Paz normalmente é celebrado na data de 21 de setembro, mas comemorado também no dia primeiro de janeiro, no começo de um novo ano, motivando as pessoas a colocar em prática todos os propósitos de lutar pela verdadeira paz o ano todo. E se Cristo é o Príncipe da paz, motivador de uma vida feliz, rezamos e colocamos o país sob seus cuidados.
Na Igreja Católica, 1º de janeiro é Solenidade Litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus. Maria, Mãe, aquela que, por iniciativa divina, gerou o Príncipe da Paz. Assim começamos o ano fortalecidos e confiantes na ação fecunda de Deus para a evidência de tempos melhores, de vida saudável, de respeito e de muita fraternidade. A vida de Maria foi exemplo de serenidade e compromisso com a paz.
A esperança de um Brasil melhor deve se transformar em ação concreta de cada brasileiro, em função do bem comum. Não é possível construir a paz com prática de violência, com o clima de medo e desconfiança do outro. A sociedade pode ser diferente, mais calma e se primar pelo respeito aos direitos individuais. Temos aqui que contar com a influência positiva dos meios de comunicação.
Começamos o ano com a bênção de Deus: “O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz. Assim invocarão o meu nome sobre os israelitas, e eu os abençoarei” (Nm 6,24-27). Bênção aos israelitas, mas que se estende para todos que abrem seus corações para ser abençoados por Deus.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba