Parece que hoje tudo é novo, mas a história supõe os fatos do passado, o velho com roupagens novas. Assim aconteceu com a Ressurreição do Senhor, uma novidade bem assentada nos dados do Antigo Testamento, nas figuras que se tornaram acontecimento em Jesus Cristo e recebem hoje, pelo querer de Deus, a roupagem que faz com que a Igreja seja sacramento do Evangelho no mundo.
Com a identidade sacramental, a Igreja, Povo de Deus, tem a missão de apresentar a novidade do Reino de Deus para as pessoas em todos os ambientes de sua atuação. A vida da comunidade cristã é espaço destinado a novidades, para a superação da atual cultura do individualismo. O importante é fazer novas todas as coisas, mas tudo com criatividade no anúncio da Palavra fecunda de Deus.
Todo tipo de novidade corre o estreito risco das pertinentes dificuldades, porque apresentam situações diferentes. Exige tempo para as devidas adaptações, necessárias para o enfrentamento da nova realidade. Assim aconteceu com a chegada do cristianismo e das propostas colocadas por Jesus. Basta sentir o que viveu Pedro, passando de pescador de peixes para a prática do anúncio da Palavra.
Falar de novidades dentro do contexto bíblico é ter visão de chegada ao novo céu e à nova terra. Para o povo antigo, era chegar à nova Jerusalém, terra da promessa, como sendo um novo mundo a ser habitado. Significava sair da trágica condição de sofrimento, de perseguição, da falta de esperança e ir ao encontro de uma realidade totalmente nova, onde há espaço para uma vida de liberdade.
Somente Deus é capaz de fazer novas todas as coisas. A maior novidade mesmo da história da salvação foi a chegada da Ressurreição de Jesus Cristo, porque abriu um caminho de salvação eterna para a humanidade. Uma novidade que provoca coragem e esperança para as pessoas de fé. Assim os Mandamentos se tornam novos e traduzidos por Jesus nas riquezas das bem-aventuranças.
A glória de Deus é marcada por novidade diante da atual cultura de escuridão e de morte. Mas, a original novidade, de maior destaque, é Jesus transformar a morte na cruz em vida eterna, significando com isto amar sem limites. A ação de Deus é sempre surpreendente e pode ser traduzida por novidades, como é o caso festivo do tempo da Páscoa do Senhor, tempo de nova alegria.
