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Vida como casa

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 07/11/2025 às 20:16
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Existe uma grande relação entre a vida e uma casa. A vida é um dom divino, condicionado ao espaço, para sua sobrevivência. Um desses espaços é uma casa. Por outro lado, podemos dizer que a vida é também uma casa, entendida como morada de Deus no coração das pessoas. Tendo em conta essa dimensão espiritual da vida, temos os templos de pedra, de onde brota a vida no encontro com Deus.

Dizemos que uma “igreja” é casa de Deus. Tradicionalmente a identificamos como um templo espiritual. Assim temos as catedrais e basílicas, como a de São João de Latrão, na cidade de Roma, a mãe de todas as catedrais e basílicas existentes no mundo católico. Daí surgem as catedrais nas dioceses, onde está a cadeira do bispo e, dali, ele exerce a missão de administrador da Igreja particular.

O profeta Ezequiel faz referência a um templo de onde corre água, que fertiliza a terra e a faz produzir os alimentos necessários para sustentar materialmente a população. Para o povo judeu, esse templo é o de Jerusalém, como local propício para a ação de Deus na vida das pessoas. Mas, acabaram transformando esse local em fonte de exploração e de morte para os moradores da região (Ez 47,1ss).

Jesus não se conformou ao ver o desrespeito dos cambistas negociando no interior do templo. Ele entendeu que o espaço sagrado estava perdendo sua real finalidade como um local propício de oração e de espiritualidade, caminho de proximidade das pessoas com Deus. Por isto, agiu com coragem, expulsando todos dali, dizendo a eles: “Não façais da casa de meu Pai um mercado!” (Jo 2,16).

O templo de pedras é menos importante do que o templo do coração das pessoas. Interessante que o apóstolo Paulo, falando à comunidade dos coríntios, chama os membros de templos: “Acaso não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (Icor 3,16). É bonito ter consciência dessa realidade íntima de cada pessoa, que gera fraternidade na vida da comunidade.

Em Jesus chegou o novo templo, o seu próprio corpo, onde não cabe exploração e nem conivência com a prática de injustiça. É o coração, o ser mais profundo da pessoa. Ali fica a morada de Deus e a fecundidade do Espírito Santo, unindo a fé autêntica com a prática concreta da vida na comunidade, habilitando todos os cristãos, verdadeiros santuários, à convivência e ao compromisso fraternos.

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