Sabe qual é o falso mito do brasileiro preguiçoso? Desde crianças ouvimos que brasileiro não gosta de trabalhar
Sabe qual é o falso mito do brasileiro preguiçoso? Desde crianças ouvimos que brasileiro não gosta de trabalhar. Mentira! Por que a gente se diminui? Alguns dizem que o complexo de inferioridade é parte da herança portuguesa, que até hoje sonha em reviver os tempos das grandes navegações.
Você também cresceu pensando que o anti-herói Macunaíma era a personificação do nosso povo? Resposta errada! Aliás, o brasileiro está bem longe de ser mole. Inclusive, inúmeros estudos apontam para o contrário. Nós trabalhamos mais horas que os profissionais dos países do primeiro mundo. A gente paga um custo alto pela ausência de processos e metodologias nas organizações, excesso de burocracia – não poderia faltar! –, o quadro reduzido de empregados e a falta de mão de obra qualificada. Sem contar, é lógico, da erva daninha da nossa sociedade: a corrupção.
Ah, claro! É de fundamental importância salientar que de tempos em tempos há uma crise econômica instalada no país, que nos coloca no olho do furacão. A cada recessão lá vamos nós: replanejar a vida de novo e mais uma vez, sambar ao som de Volta por cima, clássico do saudoso Paulo Vanzolini. Quem nunca se viu nos versos “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”?! Poderia até mesmo ser o slogan do trabalhador brasileiro, não é? O nosso povo está tão acostumado a enfrentar crises que aprendeu a se reinventar.
O engenheiro começa a vender imóveis, o gerente administrativo vira motorista de aplicativo, a analista de RH transforma a cozinha de casa para preparar bolos e doces e por aí vai... a lista de trabalhadores que foram depostos de seus cargos e tiveram de ingressar em uma nova profissão é imensa! Ficaríamos dias para elencar um a um.
Então, não venha me dizer que brasileiro é indolente! Infelizmente o honesto “paga o pato” pela corrupção, que é uma espécie de erva daninha cujas raízes estão entranhadas em todos os setores e esferas da sociedade.
Mas, por outro lado, nada consegue tirar o sorriso no rosto desse povo sofrido e otimista, dessa população que aprendeu a conviver com as mazelas humanas desde cedo, daquele migrante que chegou à cidade grande em condições sub-humanas e ali se estabeleceu à custa de muito suor e luta diária.
Sim, prezado leitor, ganhar o pão de todos os dias é como enfrentar uma batalha. Uma jornada para chegar ao trabalho, a correria na empresa, porque hoje a sobrecarga de funções é pré-requisito para garantir seu emprego, depois ainda é preciso enfrentar o trânsito para voltar para casa. A vida do brasileiro não é fácil e, mesmo assim, ele teima em acreditar que dias melhores virão! Falsa esperança? Que não seja, minha gente! Porque ninguém vai tirar o sorriso desse trabalhador incansável.
(*) Advogado