Mal começou 2020 e o mundo paralisou, após a notícia do ataque dos EUA ao aeroporto de Bagdá. O alvo era Qasem Soleimani, o principal líder militar do Irã. Era tido como herói nacional. Como sempre, a justificativa foi a defesa da segurança dos cidadãos contra o terrorismo. Em retaliação, há alguns dias os iranianos bombardearam bases norte-americanas no Iraque. Agora, nós, brasileiros, e o resto do planeta só podemos torcer para que o fim dessa história esteja próximo. Já se passaram 18 anos desde que a guerra ao terror foi iniciada. Aquelas cenas dos aviões rompendo a estrutura imponente do WTC nunca vão sair das nossas memórias. Foi tão surreal, que parecia cena de filme. Antes fosse... Tudo aquilo não só foi de verdade como também fez o relacionamento entre o Ocidente e o Oriente “rachar” ainda mais. A partir daí, qualquer homem barbudo com turbante poderia ser uma ameaça. E assim, o mundo nunca mais seria o mesmo...
O episódio de 11 de setembro trouxe a sensação de insegurança para os norte-americanos. Dessa vez, eles foram as vítimas, o que é raridade, diria até inédito. É só conferir os principais fatos históricos do país. Estes também fornecem pistas do revanchismo dos extremistas aos Estados Unidos.
Há tempos que os EUA se intrometem nas brigas dos outros. Como diria nos interiores do nosso país: eita, povo enxerido, sô! Ainda dão a desculpa de que é tudo pelo combate ao mal. O mal já esteve ligado ao avanço do comunismo. Então, vieram os conflitos armados no Vietnã – uma derrota que até hoje tem um gosto amargo – e um dos períodos mais sombrios da História da humanidade: a Guerra Fria. Naquela época, o mundo nunca esteve tão próximo do seu fim. As duas nações tinham armamento para explodir todo o planeta. Fazendo uma breve analogia, se as ameaças fossem concretizadas, a espécie humana simplesmente deixaria de existir, assim como aconteceu com os dinossauros. A diferença é que seríamos nossos próprios algozes.
Após a dissolução da União Soviética, os embargos impostos a Cuba minaram a economia do país de Fidel. O imperialismo norte-americano não se cansa de querer mandar em tudo. Agora o inimigo é outr os terroristas. Primeiro o fracasso da guerra do Vietnã e depois o ataque de 11 de setembro. Mesmo assim, eles continuam! Até quando, EUA? Pior é que isso vai longe... alguns conflitos duram tanto tempo que parecem ladainhas intermináveis.
Sabe, caro leitor, estou tão cansado dos episódios de abuso de poder! Vocês estão também? Cheguei até a pensar em uma sugestão para enviar a eles. Já que os norte-americanos são os reis de criar lindas narrativas, por que não levá-las para a vida real? Utopia? Devaneio? Talvez tudo isso junto e misturado. De qualquer forma, fico na torcida para ler nos noticiários “e eles viveram felizes para sempre”... tenho a esperança de que eles deixem os conflitos à “la western” de lado e levem para a política a alegria dos musicais. Bem que a realidade poderia imitar a arte, não?!
(*) Advogado militante em Uberaba