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A primeira empreendedora do Brasil

Fulvio Ferreira
Publicado em 11/03/2022 às 19:24Atualizado em 18/12/2022 às 18:47
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Era inverno de 1797 quando veio ao mundo a menina Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, nascida em Viena, na Áustria. A quase 3.000 quilômetros dali, em Lisboa, Portugal, em 1798, nascia o Pedro, o quarto filho do casal João e Carlota.

Duas décadas depois, Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria, e Pedro, Príncipe Português, casam-se e fixam residência na cidade do Rio de Janeiro, onde residia o Rei de Portugal, do Brasil e de Algarves.

Cabe lembrar que a Família Real Portuguesa, toda a Corte e nobres, entre outros, vieram para o Brasil, cuja chegada se deu em 1808. Numa manobra, no mínimo interessante, o Príncipe João deixou as tropas francesas literalmente “a ver navios”.

A partir de então, o Brasil passou a ter um grande impulso, com a abertura dos portos, incentivos à agricultura, indústria, ao comércio e à mineração; criação de escolas, inclusive de nível Superior; saneamento, saúde, vida política e social e, também, o surgimento da imprensa. Em resumo, a vida por aqui mudou muito, e para melhor!

Com o fim das guerras napoleônicas, influenciados pelos ideais da Revolução Francesa e saudosos da presença da Corte, os portugueses, a partir da Revolução do Porto, passaram a exigir o retorno do Rei, da família Real e de toda a administração do Reino. Dom João, prudente e cauteloso, foi contornando a pressão e postergando o possível retorno. Mas a imposição aumentou e o Rei, em 26 de abril de 1821, embarcou de volta para Portugal.

Com o passar dos meses, a relação do Brasil com Portugal foi se desgastando. No dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro pronunciou a frase que marcou o “Dia do Fico”.

O ano de 1822 estava agitado. Em agosto, Dom Pedro partiu em viagem para a Província de São Paulo, com o objetivo de assegurar a lealdade à causa brasileira e acalmar os ânimos.

Dona Leopoldina, sua esposa, estando à frente da Regência, recebeu novas ordens de Portugal, entre elas a repatriação imediata de Dom Pedro e sua família. Diante disso, num ato de coragem e ousadia, ela convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado, no dia 2 de setembro, e, juntamente com os ministros, decidiu pela separação definitiva entre Brasil e Portugal, assinando então a Declaração de Independência. Ato seguinte, ela enviou ao Príncipe uma carta, informando sobre o ocorrido. Após ler esta carta, no dia sete de setembro, D. Pedro proclamou a independência.

O fato é que D. Leopoldina, com toda a sua inteligência, preparo e habilidade, enxergou além e conseguiu encaminhar as negociações e ações para que, por fim, ela mesma assinasse a Declaração de Independência, há exatos 200 anos.

O historiador Paulo Rezzutti defende que nossa pátria deve muito a Leopoldina, que “abraçou o Brasil como seu país, os brasileiros como seu povo e a independência como a sua causa”.

E eu reforç Dona Leopoldina, uma mulher capaz, inteligente e habilidosa, foi, sem sombra de dúvidas, pelos seus feitos, inclusive por sua ação meritória quando da Independência do Brasil, a primeira empreendedora desta pátria.

Em nome de Dona Leopoldina, a nossa homenagem a todas as mulheres!

Fulvio Ferreira

Empresário, palestrante e treinador de equipes

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