Então, eis que eu fui a uma concessionária de carros, e muito bem acompanhado. Nem vou comentar como eu estava vestido, porque isso não deveria ser relevante, não deveria.
Ao entrar na loja, já fui direto para um modelo. Em seguida, fui abordado por um vendedor até simpático. Se eu estava informalmente vestido, ele estava mais. Olhei rapidamente aquele modelo, fiz algumas perguntas ao vendedor e me dirigi para conhecer o modelo de carro que eu efetivamente estava procurando.
Chegando ao veículo, o vendedor, como se estivesse exibindo o seu carro para outro jovem, já foi logo acionando uma função, mas não me mostrou diretamente, tampouco a explicou. Entrei no carro, mas não recebi explicações, ele me deixou à vontade. Será que ele achou que eu já soubesse de tudo e já conhecesse o carro, ou recebeu um treinamento para realmente me deixar livre, ou ele achou que eu, deliberadamente, estava apenas tomando o tempo dele?
Diante dessa situação, eu comecei a perguntar. Aliás, algumas perguntas eram de teor técnico e o vendedor, em algumas delas, ficou de “saia justa”.
Desci do carro, entrei na parte de trás, depois fui conhecer o porta-malas. Lá, eu mesmo levantei o tampão do piso deste compartimento; em seguida, fui para a frente do carro e eu mesmo abri a tampa do motor; novas perguntas e... apenas alguns sorrisos amarelos.
Depois de perguntar sobre as cores disponíveis, valores e prazos de entrega, eu agradeci. Aí, finalmente, ele me disse: “depois você volta para fazer um teste drive”. Ao que eu respondi: “depois?”. Mais um sorriso amarelo, seguido de “pode ser agora”...
Despedi-me, entrei no meu carro e comentei com o meu pai, que estava comigo: achei o rapaz bonzinho e até simpático, mas pouco interessado, pois em momento algum ele perguntou o meu nome, sequer o meu telefone.
Definitivamente, ele acredita que eu não vou comprar. E quer saber, ele está certo! Eu não vou comprar nenhum carro dele e muito menos naquela agência!
Fulvio Ferreira
Empresário, palestrante e treinador de equipes
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