Por força de ofício e também por gostar, viajo muito. Adoro conhecer novos lugares
Por força de ofício e também por gostar, viajo muito. Adoro conhecer novos lugares e admirar a beleza e a história destes locais. Mas também gosto muito de receber pessoas em minha cidade e mostrar o que temos de bom e de belo.
Por ocasião da última feira de genética pecuária em Uberaba recebi um casal de amigos em minha casa. E tive o capricho de passear com eles e mostrar um pouco da nossa cidade. Estivemos em alguns lugares turísticos, lojas e restaurantes. A beleza de algumas casas, verdadeiros palacetes, chamou a atenção destes amigos. Na visão deles, estes imóveis retratam a pujança dos negócios, a história da cidade, além da riqueza arquitetônica.
Porém, durante o nosso tour, algo trouxe grande incômodo. A cidade, que se mostrou razoavelmente bem cuidada, que mostrou bons corredores comerciais, um bom parque industrial, além de ótimas escolas em todos os graus, apresentou um grande problema.
Praticamente em todas as esquinas da região central encontramos pedintes. Normalmente homens fortes, mas estavam pedindo; mais, quase constrangendo motoristas e passageiros dos carros.
E isto ocorria a qualquer hora, mormente tarde e noite.
Cheguei a ouvir o seguinte comentári
"Olha, estes são mais criativos, estão fazendo malabarismos para conseguir o dinheiro. Mas também, com esta concorrência toda...!"
Neste momento, quem ficou constrangido fui eu. Confesso que fiquei com vontade de me desculpar e falar que não existe na cidade nenhum tipo de assistência social.
Aí me lembrei de duas coisas: uma, da infância onde se falava que o próprio Cristo podia estar ali pedindo, logo o raciocínio infantil se preparou para ajudar o próximo; e a outra, já madura e real, não dê esmolas, não incentive a mendicância!
Então vejamos, devo ser bondoso, caridoso e não julgar? Ou devo ser frio e criterioso e encaminhar esta pessoa para os serviços competentes?
Não sei. Talvez a resposta esteja bem ao lado do carro quando parar no semáforo ou quando voltar de uma festa com a família e, de repente, do nada, aparecer alguém pedindo uma ajuda.
Por favor, alguém me ajuda?
(*) Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista
fulvioferreirapalestrante.blogspot.com