Há muitos anos eu não uso carteira tradicional, uso apenas um porta-cartões de visita, com um cartão de uso bancário e, às vezes, uma cédula além dos cartões de visita.
Dias atrás, observei que o meu atual artefato de couro já estava bem desgastado, pedindo outro. Programei-me para ir visitar três lojas, próximas umas das outras, duas delas de confecções e calçados e uma terceira, especializada em malas, bolsas e carteiras.
As duas grandes lojas me proporcionaram experiências parecidas: estavam bem iluminadas, bem variadas, comunicação visual nota 2 e atendimento nota… bem é difícil dar uma nota para aquilo que não existe. Isso mesmo, nas duas lojas eu andei, passeei, olhei para lá e para cá e, absolutamente, fui abordado por ninguém; nas duas, nenhum vendedor ou atendente veio me atender. Pareceu que eu não existia.
Na terceira loja, também uma loja de rede, especializada em malas, bolsas, carteiras e acessórios, foi diferente. Ao entrar, uma vendedora, que organizava bolsas, percebeu a minha presença, me saudou no momento em que deixou cair uma das bolsas. Alcançou-me quando eu já estava no balcão de carteiras. Disse o que queria e ela prontamente me mostrou dois modelos. Olhei e apresentei objeções. Ela pegou um terceiro modelo, já falando o preço; aliás, eu havia perguntado o preço hora nenhuma. Essa terceira peça também não me servia. Ela deu de ombros e ficou ali, como se me vigiasse. Eu continuei olhando e percebi que, na parte superior daquele móvel, havia outras carteiras, de cores diferentes. Vasculhei e encontrei uma que me servia. Aí, sim, eu perguntei o preço.
Já no caixa, eu separei o dinheiro para pagar. O valor era de 79,90 reais e eu entreguei 90 reais. A quase simpática gerente perguntou se eu não tinha trocado, ou seja, ela queria 80 reais.
Ela disse que iria trocar, agradeci e disse que eu mesmo iria fazê-lo. Antes de me despedir, ainda comentei sobre não haver troco e ela, gentilmente, disse: nossos clientes só pagam com cartão. Como sou um cliente que pagaria com dinheiro, eu me senti “um peixe fora d’água”, isto é, no lugar errado.
Talvez um dia eu volte lá, quem sabe quando não houver outra opção e eu portar um cartão para poder efetuar o pagamento; isso, se eu quiser!
Fulvio Ferreira
Empresário, palestrante e treinador de equipes
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