Desde a infância, nos primeiros anos escolares, que aprendemos algumas coisas importantes na história sobre a data de 21 de abril.
É o dia que marca a morte de Tiradentes. Também é o dia em que foi inaugurada a bela cidade de Brasília e, mais recentemente, é o dia da morte de Tancredo Neves.
O Brasil era colônia de Portugal. Trabalhávamos muito para sustentar todo o luxo e a riqueza da Corte. A cobrança de impostos era exagerada; pagávamos um quinto de tudo que era extraído nas minas de ouro.
Em 21 de abril de 1960, foi inaugurada a cidade de Brasília, construída para ser a sede do Governo brasileiro.
E em 21 de abril de 1985 morreu Tancredo Neves, primeiro Presidente eleito, indiretamente, após a série de Presidentes Militares.
Uma data, um feriado e três comemorações. Tudo seria muito lindo e histórico se não fosse por alguns equívocos:
Comemoramos a morte de um homem que talvez tenha sido o boi de piranha de um grupo que representava a voz da população, especialmente dos produtores, que não mais aguentavam pagar tantos impostos e sustentar uma elite que não trabalhava.
Duzentos e vinte e sete anos depois, eu pergunt
O que mudou?
Continuamos pagando muitos impostos e sustentando pessoas que não trabalham!
Mudou a carga tributária sim.
Hoje ela é muito maior do que na época da Inconfidência Mineira.
Mudou a quantidade de cargos na Corte; hoje existem muito mais pessoas orbitando no Poder Central, vivendo de modo luxuoso e requintado, às custas de pessoas de bem, mulheres e homens trabalhadores, como eu e você.
A projetada cidade, hoje patrimônio mundial da Unesco, virou palco de tramoias, negociatas e uma sorte infindável de crimes contra o povo.
E Tancredo Neves, o homem que viveu da política e para a política, era uma esperança. Quase virou mito, mas aí chegou o Big Brother e a nossa limitada cultura tratou de apagar a história.
Estamos exatamente num momento histórico para o país. Admitimos por longos anos a permanência de carrapatos em nossas vidas. Estamos pálidos, fracos e cansados de tanto que os aracnídeos nos sugaram o sangue. Mas desejo força e determinação para que, definitivamente, tenhamos coragem e condições para extirpar tudo o que nos avilta da justiça, da ordem e do progresso!
(*) Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista