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O que mudou?

Desde a infância, nos primeiros anos escolares, que aprendemos algumas coisas...

Fulvio Ferreira
Publicado em 20/04/2016 às 20:27Atualizado em 16/12/2022 às 19:14
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Desde a infância, nos primeiros anos escolares, que aprendemos algumas coisas importantes na história sobre a data de 21 de abril.

É o dia que marca a morte de Tiradentes. Também é o dia em que foi inaugurada a bela cidade de Brasília e, mais recentemente, é o dia da morte de Tancredo Neves.

O Brasil era colônia de Portugal. Trabalhávamos muito para sustentar todo o luxo e a riqueza da Corte. A cobrança de impostos era exagerada; pagávamos um quinto de tudo que era extraído nas minas de ouro.

Em 21 de abril de 1960, foi inaugurada a cidade de Brasília, construída para ser a sede do Governo brasileiro.

E em 21 de abril de 1985 morreu Tancredo Neves, primeiro Presidente eleito, indiretamente, após a série de Presidentes Militares.

Uma data, um feriado e três comemorações. Tudo seria muito lindo e histórico se não fosse por alguns equívocos:

Comemoramos a morte de um homem que talvez tenha sido o boi de piranha de um grupo que representava a voz da população, especialmente dos produtores, que não mais aguentavam pagar tantos impostos e sustentar uma elite que não trabalhava. 

Duzentos e vinte e sete anos depois, eu pergunt

O que mudou?

Continuamos pagando muitos impostos e sustentando pessoas que não trabalham!

Mudou a carga tributária sim.

Hoje ela é muito maior do que na época da Inconfidência Mineira.

Mudou a quantidade de cargos na Corte; hoje existem muito mais pessoas orbitando no Poder Central, vivendo de modo luxuoso e requintado, às custas de pessoas de bem, mulheres e homens trabalhadores, como eu e você.

A projetada cidade, hoje patrimônio mundial da Unesco, virou palco de tramoias, negociatas e uma sorte infindável de crimes contra o povo.

E Tancredo Neves, o homem que viveu da política e para a política, era uma esperança. Quase virou mito, mas aí chegou o Big Brother e a nossa limitada cultura tratou de apagar a história.

Estamos exatamente num momento histórico para o país. Admitimos por longos anos a permanência de carrapatos em nossas vidas. Estamos pálidos, fracos e cansados de tanto que os aracnídeos nos sugaram o sangue. Mas desejo força e determinação para que, definitivamente, tenhamos coragem e condições para extirpar tudo o que nos avilta da justiça, da ordem e do progresso!

(*) Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista

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