O garoto tinha pouca idade, mas suficiente para ficar sozinho. Seus pais saíram cedo para trabalhar, antes mesmo que ele acordasse. Sobre a mesa deixaram dinheiro para ele ir à padaria tomar café, depois almoçar e ainda comprar um lanche para a escola.
Chegou ao balcão da padaria, pediu leite com chocolate e um pedaço de bolo, mecanicamente a moça o serviu e se virou; e ele a olhou. Tomou o seu café da manhã e novamente olhou para a moça, que, mecanicamente, veio até ele e perguntou: você quer mais alguma coisa? E ele, com os olhos brilhando e cabeça baixa, murmurou, “me dá um abraço?”
Essa criança, deixada ao deus-dará, carente de pão e de afeto, representa nossos clientes, que, dia a dia, atendemos mecanicamente. São clientes que passam por nós e que, muito mais do que produtos e serviços, carecem de atenção, de um olhar nos olhos, de um sorriso. E, na maioria das vezes, envolvidos na correria, no barulho do dia e na frieza do coração, nós nos esquecemos de que se estamos ali é para servir ao cliente, e como ele quer ser servido.
Então, quando for atender, lembre-se de que os sorrisos são de graça e valem mais do que qualquer mercadoria e são mais importantes do que qualquer serviço.
Não dá mais para ser mecânico, hoje o cliente tem opções, tem variedade e tem poder de escolha. Se for para ser frio, melhor pedir pelo aplicativo ou comprar pela internet. Quando o cliente vai até você, normalmente é porque ele quer mais; mais atenção, mais comprometimento e mais dedicação.
Ah, e comida é afago, comida é carinho que enche o estômago e, também, o coração!