Quem tem perto de 40 anos e aqueles que têm mais se lembram que na infância ir à pracinha era um ótimo passeio.
O modelo brasileiro de núcleos urbanos, em geral, surgiu a partir de uma igreja e à sua frente uma praça. E em torno da praça as melhores casas, lojas, clube da cidade e, a partir da própria praça, a cidade ia se estendendo e crescendo.
Nas nossas infâncias, e isto foi há poucos anos, a praça era um local bonito, limpo, com plantas e flores. Era um ponto de referência e sempre aprazível. Aliás, nas praças era comum ter o “guarda da praça”. Era em geral um homem, um pai de família que morava por perto e que era o zelador da praça. Cuidava para que nada de errado acontecesse, fosse com as plantas, com os bancos e demais equipamentos públicos ou mesmo com o ambiente. Isto é, nada de algazarra e desrespeito.
Isto era a regra da pracinha perto da minha casa e do colégio aonde eu estudava. Mas também era a regra de todas as outras praças, inclusive da praça central da cidade.
E hoje?
Como está a praça perto da sua casa?
Seus filhos podem ir lá brincar?
Você tem tranquilidade de permitir que os adolescentes fiquem por lá conversando com colegas?
E a praça central da cidade?
Além de beleza e limpeza, é um lugar prazeroso?
Agradável?
Será que a praça ainda pode ser considerada um “cartão postal”?
Um ponto de referência onde todos os moradores da cidade tenham orgulho?
Ou virou ponto de ambulantes, de mendicância, onde as plantas estão morrendo, os bancos quebrados e os outros equipamentos públicos ao Deus-dará?
Infelizmente as praças são mais um reflexo do novo Brasil, um país onde a ordem e o progresso viraram folclore e tudo que é público não é tratado com zelo, atenção e, tampouco, respeito!
(*) Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista
fulvioferreirapalestrante.blogspot.com