Quem não se recorda dos Festivais de Catira da Casa do Folclore e das comemorações dos 50 anos de Encontro de Folias de Reis, realizado no Teatro Vera Cruz? O sucesso desses projetos se deve ao irrestrito apoio proporcionado pela Fundação Cultural, através de seu diretor cultural, Antônio Carlos.
Há que se destacar a abertura que ele proporcionou para as apresentações do Projeto Dandô, que já trouxe a Uberaba dezenas de violeiros de todos os rincões do Brasil e de outros países da América Latina. A disponibilidade do Teatro Experimental de Uberaba e do Memorial Chico Xavier foi essencial para o êxito da caravana musical.
O seu apoio como presidente da Fundação Cultural tornou possível a consolidação do programa, criado e patrocinado pela Associação Cultural Casa do Folclore, “Coisa Nossa de Uberaba”, que é transmitido pela TV Câmara.
Além da amizade que nos unia, das jornadas culturais que fazíamos, fomos também, por alguns anos, companheiros de conselho no Conphau.
Inesquecíveis também os projetos culturais dos quais Antônio Carlos, por sua própria iniciativa ou por dever de ofício, participou: as apresentações no Circo do Povo; a Escola Mirim de Samba, projeto social com as crianças dos bairros periféricos; Domingo Com Música, na praça do Mercado; Domingo na Concha, na Concha Acústica; os carnavais de rua, a recuperação do TEU, onde foi diretor por cinco anos, tendo ali realizado o 3º Festiminas – Festival de Teatro Amador de Minas Gerais.
Foi coordenador das oficinas de teatro, músicas, danças folclóricas, artesanatos e comidas típicas regionais, com o patrocínio do Ministério da Cultura.
Além de participar da organização de vários festivais de Música Popular Brasileira, Festival do Chapadão, Uberaba Canta, Festival da Canção Ecológica, trouxe, com Heloísa Piau, o projeto TIM ArtEducaação que através de oficinas teve o objetivo de incluir arte, cultura educação e ações sociais a diversas crianças e adolescentes.
Antônio Carlos deu apoio para as criações da Orquestra Municipal e da Orquestra Jovem, através da Fundação Cultural de Uberaba, que se tornaram exemplos nacionais, não só no aspecto cultural, mas, principalmente, pelo seu objetivo social.
Professor há quase 40 anos, Antônio Carlos Marques era formado em Jornalismo, Artes Plásticas com habilitação em Desenho, Artes Cênicas, Folclore e Música e pós-graduado em Lato-Sensu (Educação).
Como professor, lecionou na Escola Municipal Santa Maria, Escola Estadual Frei Leopoldo, Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, Escola Estadual Nossa Senhora D’Abadia, Colégio Nossa Senhora das Graças, Conservatório Estadual de Música Renato Frateschi e, como professor universitário, na Faculdade de Ensino de Uberaba.
Como reconhecimento do seu trabalho foi homenageado, em vida, com seu nome dado à sucursal da Biblioteca Pública Municipal de Uberaba que funciona no Cemea Abadia.
Antônio Carlos faleceu em 15 de junho de 2019. Ele deixou a esposa, Elita de Fátima Ribela, e as filhas Thalita Ribela Almeida, Thaiana Ribela Almeida e Thaynara Ribela Marques.
Através de um importante logradouro público ou monumento a ser construído, seu nome será imortalizado e será sempre um exemplo para todos aqueles que carregam a bandeira da cultura popular.
Fontes: Prefeitura Municipal de Uberaba, Fundação Cultural de Uberaba e Jornal da Manhã.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Presidente da Associação Cultural Casa do Folclore. Um dos fundadores e ex-conselheiros da Fundação Cultural de Uberaba e ex-conselheiro do Conphau