Pintura
Na pintura ficaram conhecidos Joaquim Gasparino de Magalhães (também escultor), Genesco Murta (residente em Uberaba de 1928 a 1936), Reis Júnior, Anatólio Magalhães, Aleixo Madrilles, Arnold Magalhães e outros. Em 1921, Reis Júnior foi contratado pelo agente executivo João Henrique Sampaio Vieira da Silva para pintar dois quadros para o salão nobre da Câmara, entre eles o célebre Retirada da Laguna.
Em 1920, com a conclusão do novo prédio da Câmara Municipal, foi efetivado pelos pintores Vicente Corcione e Rodolfo Mosello o painel Uberaba - Princesa do Sertão na parede principal do salão nobre, retratando mulher coroada, vestida à moda imperial, sentada numa poltrona sobre pedestal com degraus, tendo ao fundo vila da época do Império representando Uberaba.
Associações Culturais
Entre as associações culturais fundadas nessa época salientaram-se a Sociedade de Instrução Mútua Cooperação de Ideias (1903, tendo entre seus associados, além de outros, Joviano de Sousa Novais, Raul Terra, Gastão de Deus, Diocleciano Vieira e Francisco Jardim); Grêmio Literário Bernardo Guimarães (1904, presidido por Felício Buarque e que congregou os mais importantes intelectuais locais, a exemplo de Arlindo Costa, Quintiliano Jardim Júnior, Francisco Jardim, Egídio Andrade, Militino Pinto de Carvalho, Arédio de Sousa e Hildebrando Pontes; editou anuário, promoveu conferências e organizou boa biblioteca, posteriormente doada à Câmara); Suda Stelo, 1908, e Uberaba Stelo, 1910 (ambos para ensino do Esperanto); Centro Dom Vital, 1932; Centro de Cultura de Uberaba, 1933; Instituto Superior de Cultura, este fundado pelos padres Armênio Cruz e Juvenal Arduini em 1944, congregando professores, intelectuais, historiadores, jornalistas, escritores e promovendo conferências e cursos de filosofia e literatura, sendo germe da faculdade de Filosofia, e Clube de Xadrez de Uberaba (1945, fundado por Válter Dornfeld, Osvaldo Diniz, Ângelo Prieto e Mário Palmério). Começaram, também, a ser organizadas associações de profissionais liberais, a exemplo da Sociedade de Medicina e Cirurgia (1927, presidida por João Teixeira Álvares) e Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (1932, presidida por Sebastião Fleuri).
Teatro
Em 1902, foi fundado pelo ator Domingos Fernandes Machado o Grupo Dramático Uberabense, que durou até 1906.
As manifestações teatrais ocorreram inicialmente no teatro São Luís, com peças de autores locais e apresentações musicais de artistas visitantes. Entre as primeiras destacaram-se as revistas Capital do Triângulo, do médico Filipe Aché (1901), e Homem Arara e Mulher Pachola (1904), de Domingos Fernandes Machado.
No jardim situado entre sua residência na Arthur Machado, onde se encontra o Centro Popular de Compras, e o hospital que fundou em 1905 na rua João Pinheiro, o médico e escritor João Teixeira Álvares construiu teatro e cinema, onde encenou suas peças. Se no decorrer das décadas de 1910 e 1920 as apresentações teatrais decaíram (salientando-se a peça Ladrão!, de Pelópidas Fonseca, encenada com grande êxito em dezembro de 1929 no Cine Teatro Capitólio, posterior Roial), o mesmo não ocorreu na década seguinte, na qual, já em 1933, foi fundado por Renato Frateschi e os jovens Alexandre Dessen Orsolini (Filhinho) e Orlando Nascimento (Terenço) o Grupo Dramático Artur Azevedo, que, até janeiro de 1936, levou ao palco inúmeras peças, notadamente comédias, elaboradas por, entre outros, Rangel de Lima, César Mendonça, F. Napoleão da Vitória e Maximiliano de Azevedo e, nos dramas, Um Erro Judiciário, de Batista Diniz, considerada, esta, a maior e melhor encenação do grupo. Em fevereiro desse mesmo ano de 1936, Orsolini e Nascimento organizaram o Grupo Coelho Neto, mal denominado a partir de dezembro de 1937 de Teatro de Brinquedo.
Ideado por César Vanucci, a União Estudantil Uberabense fundou em abril de 1949 o Teatro do Estudante, tendo Orsolini na direção teatral e o artista plástico Ovídio Fernandes na execução da parte cenográfica, não efetivando, contudo, o espetáculo musical que planejou.
Imprensa
Na imprensa perdurou até fins da década de 1930 a Gazeta de Uberaba, em nova fase e com novos proprietários. Lavoura e Comércio e Correio Católico atravessaram todo o período. Editaram-se, além deles, e entre outros, os jornais O Sorriso (1909), A Separação (1919), A Flama (1925), Jornal de Uberaba (o 3º, 1934), O Triângulo (primeiro número em Uberaba, 1941).