Como não poderia deixar de ser, a década de 1950 assistiu ao desenvolvimento de várias iniciativas anteriores, estabeleceu suas próprias e lançou as bases, nem que seja como sugestão ou ideia, de futuras realizações culturais.
Ensino
No setor educacional, a Sociedade de Educação do Triângulo Mineiro, instituída por Mário Palmério em 1950, passou a centralizar seus empreendimentos educacionais, sendo logo criada a faculdade de Direito (1952) e a de Engenharia Civil (1956). Foi fundada, ainda, a faculdade de Medicina, em 1953, posteriormente federalizada (1960). No Ensino Secundário surgiram diversos estabelecimentos: Colégio Dr. José Ferreira (1954), denominado depois Escola da Comunidade Dr. José Ferreira; Escola Agrotécnica Federal (1954); Colégio São Tarcísio (1956, de Neifa Elias Miziara), que encerrou suas atividades em 1981; Colégio Uberaba (1957, de Edmundo de Freitas); colégios N.S. das Graças (1958, de Murilo Pacheco de Meneses e Salim Hueb) e Osvaldo Cruz (1958, de Alexandre Saad e Odilon Fernandes).
Em 1958, foi fundado ainda o Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos, por Murilo Jardim e Leonardo Smeele, para o ensino do idioma inglês.
Em março de 1957, o filósofo e pensador católico Alceu Amoroso Lima (celebrizado como crítico literário com o pseudônimo de Tristão de Ataíde) pronunciou a aula inaugural do ano letivo da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino, cuja fundação partiu de sua sugestão formulada anos antes.
No início de 1959, ocorreu a transferência da Escola Normal Oficial para o prédio da rua Padre Leandro, projetado por Oscar Niemayer, atual Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.
Imprensa
Na imprensa, o acontecimento mais marcante foi a transformação do Correio Católico em diário a partir de 1º de maio de 1954, tendo como diretores os padres Antônio Tomás Fialho e Hiron Fleuri Curado, como colaborador diário dom Alexandre Gonçalves do Amaral e como jornalistas ou colunistas César Vanucci e Joel Lóis. O jornalista Ari de Oliveira, à frente da Gráfica Zebu, por ele fundada, continuou a editar mensalmente a Revista Zebu, de circulação nacional, com seu suplemento Triângulo Mineiro, conhecido, pela cor característica da capa, como Livro Azul do Triângulo Mineiro, e, ainda, o semanário Jornal de Uberaba, o quarto com essa denominação.
Em 1953, foi lançada por Antônio Dib Gagni e outros a revista cultural Reflexo.
Centenário de Elevação à Cidade
No desfile realizado em 2 de maio de 1956, comemorativo do centenário da elevação da vila de Uberaba à categoria de Cidade, o presidente Juscelino Kubitschek, interrompendo o desfile da banda Assunção, desceu do palanque para cumprimentar o caçula da família, Mário Luís, de dois anos de idade, que com seu pequeno tambor ia à frente do conjunto musical.
Composto, em 1956, pelo maestro Renato Frateschi, com letra do poeta Lúcio Mendonça de Azevedo, o Hino do Centenário de Uberaba, concernente aos cem anos de elevação da então vila à categoria de cidade.
No Lavoura e Comércio, dirigido por Quintiliano Jardim desde 1911, salientou-se, como uma de suas iniciativas mais importantes na década, a publicação dos Capítulos de Nossa História, de José Mendonça, de 16 de janeiro a 9 de agosto de 1956, ano do centenário de elevação da vila de Uberaba a Cidade.
No bojo das comemorações desse centenário na área editorial e artística, o historiador Gabriel Toti lançou versão ampliada e atualizada do Álbum de Uberaba e o pintor Anatólio Magalhães pintou o quadro Largo da Matriz em 1856, 1906 e 1956, apresentando a praça Rui Barbosa em três distintos e cinquentenários momentos, enganando-se, porém, ao manter a igreja Matriz com duas torres em 1906, quando, com a reforma de 1900, passou a ter apenas uma.
