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Atividades Culturais em Uberaba: Década de 1950 (II)

Guido Bilharinho
Publicado em 27/09/2025 às 10:31
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Estudos de Administração Municipal

Surgiram, pela primeira vez na região, em bases técnicas e científicas, estudos de administração municipal, por iniciativa do então vereador José Soares Bilharinho e do diretor da Prefeitura, Iguatimosi Cataldi de Sousa, que editaram, mensalmente, de março a novembro de 1952, nove números da revista Legislação, Organização, Orientação e Planejamento Municipal, de circulação nacional e, à época, conforme indicado na capa, a única no gênero nas Américas. José Bilharinho teve ainda editado, em 1954, pelo Dasp, órgão federal sediado no Rio de Janeiro, o livro Planejamento Geral dos Serviços Administrativos Municipais.

Música

Em 1952, Rubens Félix fundou o terno de congada Batalhão Nossa Senhora do Rosário. Nesse mesmo ano, estreou na Rádio Sociedade (PRE-5) a dupla sertaneja Toninho e Marieta. Em 1958, Toninho iniciou na referida emissora os Encontros de Folias de Reis.

Em fins de 1955, o sargento da Polícia Militar, Antônio da Costa Assunção, organizou conjunto musical de grande sucesso, que ficou conhecido como Banda Assunção, composto exclusivamente por seus filhos.

Em 1956, fundou-se o Instituto Musical Uberabense por Odete Carvalho de Camargos, Mirtis Viana Bruno e Valmira Peres Cardoso e organizou-se, em 1958, o Coral Artístico Uberabense por Odete Carvalho de Camargos, este último desativado em 1980 e restabelecido em 1990.

No Rio de Janeiro, teve sucesso, em 1958, o musical Peguei Um Ita no Norte, produzido pelo uberabense Maurilo Cunha Campos de Morais e Castro.

Teatro

No teatro, foi instituído em 1952 por Odilon Fernandes e Dalva Guido Fernandes o Grupo Teatral Luís Braille no Instituto de Cegos do Brasil Central, que encenou várias peças. Em 1954, foi recriado o Teatro do Estudante com o Grupo Teatral Quita Próspero, por Reinaldo Domingos Ferreira, com a colaboração de Pedro Santana, presidente da União Estudantil Uberabense e vinculado à entidade.

Sob a presidência de Eleusa Fonseca e direção teatral de Reinaldo Domingos Ferreira, foi fundado em 1955 o importante Núcleo Artístico e Cultural da Juventude, chegando a construir teatro e encenando, entre outras, as peças Cândida, de Bernard Shaw; Casa de Bonecas, de Ibsen; Um Pedido de Casamento, de Tchecov; Assim É, Se Lhe Parece, de Pirandello, e peças de Machado de Assis (Uma Lição de Botânica), Joaquim Manuel de Macedo (O Macaco da Vizinha), Lúcia Benedetti (O Banquete) e Maria Clara Machado (Pluft, o Fantasminha).

Em março de 1956, como informa Mário Edson Ferreira de Andrade, no ensaio O Teatro em Uberaba de 1933 a 1968, “o Núcleo encenou no adro da igreja Matriz a peça de Eleusa Fonseca, ‘Cristo Entre Nós’”, com participação de oitenta crianças.

Cinema

Em 1955, João Ribeiro Rosa elaborou argumento de filme sobre a importação do gado zebu da Índia, conforme esclareceu em depoimento publicado na Revista Zebu nº 122, de março desse ano. O referido argumento foi levado ao cineasta Humberto Mauro, que o elogiou e o teria filmado não fossem os altos custos exigidos, já que acontecia até naufrágio em alto-mar de navio carregado de reses, conforme o próprio cineasta nos relatou quando o visitamos, em 1962, no Rio, no Instituto Nacional de Cinema Educativo – Ince, onde trabalhava.

Ocorreram nessa década, talvez pela primeira vez na cidade, estudos de cinema, com a organização de grupo de interessados liderados por frei Raimundo Cintra e composto por, entre outros, José Sexto Batista de Andrade, Salvador Bruno Neto e Lauro Batista Machado, realizando reuniões periódicas para debater os filmes mais importantes lançados na cidade, dando início, inclusive, à constituição de biblioteca especializada.

Em 1959, foi fechado pela Cia. Cinematográfica São Luís o Cine Roial, que funcionava em prédio alugado sito na praça Comendador Quintino, e, nesse mesmo ano, inaugurado por companhia de São Paulo/SP o Cine Uberaba Palace, na avenida Leopoldino de Oliveira, que encerrou suas atividades em 1993.

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