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Atividades Culturais em Uberaba: Década de 1990 (II)

Guido Bilharinho
Publicado em 27/12/2025 às 11:21
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Teatro

As manifestações teatrais na década de 1990 também não deixaram de ocorrer, sem, no entanto, dada a multiplicidade de manifestações culturais na cidade, a repercussão cultural e social das apresentações realizadas, por exemplo, na década de 1960 pelo NATA e TEU.

O próprio sentido das apresentações e seu significado apresentaram conotações e disparidades totalmente diversas daqueles. Em 1996, a CATU (Comissão de Artistas Teatrais Uberabenses) promoveu, no auditório do Colégio N. S. das Dores, a 1ª Mostra Uberabense de Teatro, com oficinas, palestras e encenação de 19 (dezenove) peças por diversos grupos teatrais da cidade.

Em 1997, a então ativa Fundação Cultural realizou o I Festival de Teatro Infantil, com apresentação de nove peças, por grupos de teatro locais, durante oito dias.

Nessa década foram fundados, além de outros, alguns com denominações exóticas, os grupos teatrais Um Saxofone no Trampolim e Teamar, ambos com intensa atuação.

O grupo Um Saxofone no Trampolim, fundado em 1990, tendo como principais participantes Carlos Alberto Júnior, Márcio Eurípedes, Luciano Henrique e o diretor Aristides Bonfim, encenou, entre outras, as peças Teatro dos Vampiros, Alugando Clichês, Paraticun e Afins, A Vida em 15 Minutos e Improvisar o Improviso.

O grupo Teamar (Teatro Amador Marista), criado em 1992, por José Maria Madureira no Colégio Marista, encenou, entre outras, as peças Quem Roubou Meu Futuro? (1992, de Sílvia Orthof), Nem Tudo Está Azul no País Azul (1993, de Gabriela Rabelo), Pax (1993, de José Maria Madureira), Acefalia Histórica (1993, de José Maria Madureira), Zé Capim (1994), Cantarim de Cantará (1995, de Sílvia Orthof), A Bicicleta do Condenado (1996) e o espetáculo teatral O Corpo, baseado em texto de Jorge Alberto Nabut.

Além disso, o grupo apresentou declamações de poesia em festas, colégios, bares, praças e em lançamentos de livros.

Lavoura e Comércio

O acontecimento marcante da década na imprensa uberabense consistiu no centenário do jornal Lavoura e Comércio em julho de 1999, jornal que atravessou todo o século XX, com periodicidade quinzenal ou semanal até 1929 e, daí em diante, diária, noticiando praticamente todos os acontecimentos ocorridos na cidade, a ponto de cunhar a justa e merecida divisa  “Se o Lavoura não deu, em Uberaba não aconteceu”, que pode ser interpretada tanto no sentido quantitativo quanto no qualitativo, neste caso, significando que, mesmo que o fato tenha acontecido, mas não noticiado, seria o mesmo que não ocorrido por falta de registro e de repercussão.

Periódicos

Além do prosseguimento da circulação de periódicos anteriormente existentes, nesta década foram lançados os periódicos Revista ABCZ, Memória Viva, Acervo Cultural e Cadernos de Folclore (os três últimos pelo Arquivo Público de Uberaba), Escritos Alternativos, Nova Dimensão e Fazendo Escola (todos pela Secretaria Municipal de Educação), Revista da Zito (por Zito Sabino de Freitas e Ellen Gomes), Voilà (por Norberto Hess e Maria Maldonado), Jornal da Casa (por Jorge Henrique Prata Soares), Arte Livre (por Tony Gray Cavalheiro), Cidade Atual (por Nicolau Ovídio Nogueira Maluf e Adriana Helena Soares), Ponto de Encontro (Escola Criativa), Revelação e Unijus (ambos pela Uniube) e A Trova na Trova (por Eva Reis).

Em janeiro e fevereiro de 1990, o Jornal da Manhã publicou série de reportagens de Jorge Alberto Nabut sobre os periódicos uberabenses Graça e Beleza, Via-Láctea, Almanaque Uberabense e A Rural.

Lançado em 1996, no ensejo da realização da exposição Triangle des Arts em Paris, o nº 25 da revista de poesia Dimensão, bilíngue português-francês, dedicado a poetas uberabenses e ilustrado com notáveis bicos de pena do artista plástico uberabense Ovídio Fernandes, contendo poemas de Carlos Roberto Lacerda, Guido Bilharinho, José Humberto Silva Henriques, Jorge Alberto Nabut, Juliano Bologna, Marcos Bilharinho, Maria Aparecida dos Reis Vilhena, Olívio Tomain Neto, Teresinha Hueb de Meneses e Tony Gray Cavalheiro.

Associações Culturais

Diversas instituições culturais surgiram na década, como o Centro de Pesquisas Paleontológicas Llwellyn Ivor Price (criado por decreto em agosto de 1988 e inaugurado em julho de 1992), bem como inaugurado nessa ocasião o Museu dos Dinossauros, ambos instituídos pela Prefeitura e, ainda, por iniciativa particular, o Instituto Triangulino de Cultura (1995), Associação Triangulina de Formação de Governantes/Escola de Governo (1996), Associação das Folias de Reis (1996), Instituto de Cultura Lusófona Antônio Borges Sampaio (1997), Elos Clube, Museu de História Natural Wilson Estevanovic e seção da Associação dos Geógrafos Brasileiros (todos em 1998).

 Guido Bilharinho

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e editor das revistas culturais eletrônicas Primax (Arte e Cultura), Nexos (Estudos Regionais) e Silfo (Autores Uberabenses).

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