Uma das atividades mais difíceis e trabalhosas, pelas pacientes pesquisas a serem feitas e pelo grande tempo despendido para efetuá-las, é a de elaboração de genealogias.
A começar pela tarefa de obtenção de dados da ascendência originária, geralmente europeia e remontada, às vezes, a séculos e que, quanto mais tempo decorrido, mais dificultoso o acesso a informações geralmente imprescindíveis.
Hildebrando Pontes – provido e impulsionado por acendrados e permanentes interesse e motivação, que o levaram a pesquisas e realizações pioneiras em diversos assuntos e inúmeras direções – efetuou também o levantamento genealógico da família Rodrigues da Cunha, que restou impresso – e, por isso, hoje praticamente inacessível – e da família Silva e Oliveira, aquela de atuantes pioneiros na configuração da Uberaba e, esta, do fundador da cidade e de seus primeiros administradores.
Em extenso e meticuloso trabalho, Hildebrando estende-se por inúmeros capítulos e parágrafos em pertinentes desdobramentos informativos de pessoas e descendências.
No caso, a família Silva e Oliveira é focalizada a partir de João da Silva e Oliveira e Joana Francisca de Paiva, que vieram para o Brasil, estabelecendo-se em Santo Antônio da Casa Branca, distrito de Ouro Preto, atualmente denominado Glaura em homenagem ao poema homônimo da Silva Alvarenga.
Conquanto tenha havido recentes desmentidos, baseados, segundo seus autores, em pesquisas cartoriais em Portugal, é tradição na família, segundo Hildebrando, que João da Silva e Oliveira, cujo nome era João da Silveira Távora, que foi obrigado a mudar, pertencia a essa importante e histórica família portuguesa, perseguida justamente por isso pelo competente, porém, cruel e arbitrário marquês de Pombal, o verdadeiro e único dirigente de Portugal ao tempo de d. José I.
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O casal Silva e Oliveira (ou Távora) teve sete filhos legítimos e um natural, como se classificava àquele tempo.
Por isso, a citada genealogia divide-se em oito capítulos, cada um adstrito e contemplando um desses filhos, conforme discrimina e demonstra o sumário feito especialmente para a sua edição eletrônica (blogs: bibliografiasobreuberaba.blogspot e bibliosobreuberaba.wordpress).
Em cada um desses capítulos é apresentada detalhadamente a descendência desses filhos até a data de 1905, mas, com algumas achegas posteriores até mesmo após o ano (1940) de falecimento de Hildebrando, cujo (s) autor (ou autores) se ignoram.
A pesquisa efetuada por Hildebrando é meticulosa, detalhista e impressionante, informando até mesmo, e muitas vezes, as datas de batistérios de inúmeras das pessoas relacionadas.
Salientam-se, por suas particularidades e incidências, pelo menos três informações: a grande mortalidade infantil, os casamentos havidos entre primos e, até mesmo, entre sobrinhas e tios e vice-versa e, ainda, a frequente ocorrência de nomes estrambóticos e malsoantes, notadamente femininos.
No primeiro caso, em decorrência das limitações dos conhecimentos médicos à época, bem como, e às vezes até principalmente, da restrita assistência médica então existente.
No segundo, dada à limitação convivencial e social no período, praticamente adstrita aos quadros familiares, com nenhuma ou raríssima oportunidade de contatos mais amplos.
Por último, além do mau gosto, da prática de homenagear, com iguais nomes, antepassados próximos.
Para se aquilatar até mesmo seu despropósito, alguns dos nomes elencados: Olintina, Alcindor, Placidina, Saturna, Cilindro, Aristogiton, Leomalia, Auristela, Semilhana, Eulógio, Frontino, Virfiliana, Hermogênea, Especiosa, Zabulon, Genebaldo, Venefreda, Edalideia, Anscário, Amendorina, Virgolina, Aristobaldo e Agesiopliz.
Ademais de toda a descendência genealógica levantada e exposta, Hildebrando ainda timbra por divulgar biografias de algumas das personalidades contempladas, com o que mais ilustra e valoriza sua obra.
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A referida publicação eletrônica é acrescida de sumário, fotos e índices onomásticos parciais atinentes a pessoas que se destacaram nas artes e na política e a algumas famílias que se relacionaram com os Silva e Oliveira, a família fundadora de Uberaba.