ARTICULISTAS

O mundo em perigo (i): a beligerância permanente

Guido Bilharino
Publicado em 23/11/2024 às 18:41
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Com algumas outras funções que fogem à regra, as Forças Armadas defendem a ordem estabelecida e tudo que lhe diz respeito direta ou indiretamente, como as fontes de energia.

Quanto mais um país é rico, mais temeroso se torna, já que tem o que perder. Paradoxalmente, pois, todos os impérios, “remember” Roma, possuíram poderosas forças armadas, como demonstrou a Grã-Bretanha e, desde há um século, mostram os Estados Unidos.

Atualmente, ninguém teme mais o fortalecimento econômico e militar de outro país do que os Estados Unidos, constituindo a “segurança” verdadeira paranoia em alguns de seus setores, a começar e originar-se pelos dirigentes das grandes corporações industriais e comerciais, o que se reflete, em decorrência, nos chefes militares e em setores exacerbados da mídia e de partidos políticos, uns e outros a serviço e em defesa desses conglomerados econômicos.

Iniciada em meados da década de 1940 e terminada por volta de 1990, esvaiu-se o perigo de a Guerra Fria se tornar quente com destruição nuclear, experiência localizada já ocorrente ao final da Segunda Guerra Mundial. Contudo, entra-se em nova, e sempre perigosa, fase.

Além dos interesses e receios gerais acima apontados, acrescem-se na formação desse quadro belicoso-armamentista os interesses imediatos e diretos do complexo industrial-militar dos Estados Unidos, denunciados por volta de 1960 por ninguém menos que o presidente Eisenhower, justamente o militar de maior evidência do país na Segunda Guerra. Ele sabia, pois, do que estava falando.

Esses interesses, para terem encomendas de armas, procuram manter o mundo em permanente estado de pré-beligerância. A paz, o bem-estar e o progresso dos povos não são convenientes nem propícios a seus negócios e desígnios.

É necessário, pois, para a própria sobrevivência da humanidade, que se proíbam para todos os países a fabricação e comercialização de armas, congelando-se, em determinado estágio, os arsenais existentes (e não só os nucleares) e os destruindo paulatinamente.

Se isso, por enquanto, é impossível, pelo menos que se mantenham tais arsenais sob absoluto controle e fiscalização da sociedade, em níveis nacionais e internacionais, por intermédio de organização e agências competentes.

Além de tudo, além de diminuir o perigo latente e os confrontos localizados, o que se economizaria com a eliminação dos fabulosos gastos com armamento seria suficiente para resolver ou minimizar grande parte das necessidades das populações carentes do mundo, incluindo aquelas existentes nos próprios Estados Unidos.

Vai daí que entre os braços (por sinal arms em inglês) e as armas basta um gesto. A tentação, pois, é enorme, já que os privilégios e regalias materiais a manter ou a conseguir são grandes.


 

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