Setembro Amarelo é conhecido como o mês de combate ao suicídio, sendo dia 10 o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O suicídio é a ação provocada em si mesmo, espontaneamente ou por falta de discernimento. O suicídio indireto é o comportamento do indivíduo que possui hábitos de vida destrutivos, como a má alimentação, o consumo excessivo de álcool e tabaco, o uso de drogas lícitas e ilícitas. Esse comportamento autodestrutivo causa a morte diariamente. Já o suicídio direto consiste em dar fim à própria vida.
Cabe a nós, pais, avós, educadores e amigos nos prepararmos para mudar o quadro das próximas gerações. Viver com saúde e sentir compaixão pelo outro poderá nos dar bons frutos.
De cada 100 pessoas, 20 pensaram ou pensarão no suicídio como forma de resolver os seus problemas. É uma epidemia silenciosa, que mata quase um milhão de pessoas por ano. Se falarmos do suicídio direto e do suicídio indireto, iremos para a casa dos bilhões de pessoas por ano. A informação em relação ao suicídio é importante. Precisamos prestar mais atenção uns aos outros, abrir espaço para o diálogo, para a escuta amorosa.
Enquanto houver crianças, adolescentes e jovens, vivendo debaixo do teto dos pais ou de seus guardiões, deverão saber que a vida é cheia de imprecisões e que precisam ter fé. A religiosidade e a filosofia são instrumentos que nos auxiliam a proceder de forma amorosa para com nossos parentes e amigos. São componentes instrutivos que nos levam ao Espírito e não só à matéria, ao “ser” ou não só ao “ter”. O melhor alimento que podemos dar para aqueles que amamos é o discernimento entre o bem e o mal. Podemos ensinar sobre o amor, a bondade e a lealdade.
Prevenir o suicídio é falar sobre a sua problemática e sobre a capacidade do Espírito de despertar, de caminhar de forma diferente, através do trabalho e da aceitação de mudança. A falta de percepção da vida espiritual é perigosa, porque o suicida tem a falsa sensação de que desligou o adjuntor, de que acabou tudo.
Quando ouvir algumas frases como: “não aguento mais isso aqui”, “não sei o que faço com a minha vida”, “eu vou acabar com tudo isso”, “eu só estou atrapalhando”, “se eu não estivesse aqui, seria melhor para vocês”, são sinais de alerta. Não ache que é teatro, o primeiro passo é acolher e escutar. Existe um pedido de ajuda, de um olhar, a pessoa que comete o suicídio não quer acabar com a vida, ela quer acabar com a dor, com a angústia, com o sofrimento. Nós não devemos relativizar a dor do outro. A gente não sofre por fatos ou por pessoas, mas sim por significados. Devemos ter muito cuidado.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) não tem nenhuma bandeira política ou religiosa. É uma escuta amorosa, é um acolhimento para a pessoa que precisa ser socorrida e não ser julgada. É o atendimento certo das horas incertas, como o atendimento fraterno das casas espíritas.
A fé, a espiritualidade e a fraternidade caminham juntas. O suicídio é multifatorial. Diversos estudos demonstram que existe um componente genético ligado ao suicídio. Leia mais em: https://super.abril.com.br/ciencia/suicidas-tem-alteracoes-moleculares-no-cerebro/acesso em 03/09/2024.
Leon Denis (1846-1927), autodidata, pensador espírita, diz que “o suicídio é de ordem passageira e humana”. O acolhimento daquele que está com ideias suicidas, através de um diálogo em que o atendente diz que se importa com a pessoa, pode sim fazer diferença entre a vida e a morte. Façamos tudo o que for possível. A vida não para.
Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Advogada e Membro do IBDFAM
@heloisaribeiro1704
@valladaresribeiro.advogados