Nós estamos no mês de setembro que é dedicado à prevenção ao suicídio, assunto delicado e doloroso. Como falar sobre o tema aos pais? A escuta é a postura que nos ensina a respeitar a dor emocional do outro, seja ele criança, adolescente ou adulto.
Muitos de nós quando crianças fomos vistos e entendidos como adultos em miniatura. A criança aos 4/5 anos tem uma angústia própria, às vezes acorda melancólica, depressiva, não sabendo se expressar. Esse sentimento gera a birra e poderá até vir a se jogar no chão. Nesse momento, nós, pais queremos punir a criança ao invés de procurar entender o seu sentimento. Aí começa o quadro de frustração, porque não podemos desde a infância chorar, sentir raiva, quando isso nos é negado, geramos traumas.
O mesmo se dá na adolescência onde os garotos (as) desenvolvem ideação suicida porque não conseguem lidar com as emoções diárias, com as angústias, com o papel que têm que representar, porque esse papel não reflete quem realmente são.
Os pais nem sonham o que está acontecendo, sendo preciso a aproximação para que os filhos se sintam acolhidos, pertencidos, aí sim, poderemos ouvir e ajudar.
Quando adultos socorremos a Jesus; que há mais de dois mil anos nos trouxe a responsabilidade por nossos atos, ‘a cada um será dado segundo as suas obras’.
Há pais que ao invés de dialogar, educar, castigam os filhos e depois se sentindo culpados cedem aos caprichos daqueles, vindo a ser manipulados na relação, perdendo a autoridade. Deus é justo e bom, não dá aos pais filhos que não possam ser educados.
Quanto à ingratidão o amor não espera recompensa. Há várias formas de manifestar amor entre pais e filhos, seja através da empatia, da indulgência, benevolência e perdão das ofensas. Quando a outra parte não corresponde àquilo que entendo que ela deveria corresponder eu interpreto como ingratidão; seja na relação entre pais e filhos, namorados, marido e mulher, amigos e outros. Por isso, as reações são tão diversas. Não somos caridosos, mas sim credores, sempre esperando a paga (reconhecimento).
É falsa a ideia de que devemos ser bons e corresponder às expectativas dos outros em tudo. Nós somos limitados, falíveis, porque somos aprendizes. É compreendendo que nem tudo funcionará bem e estará em equilíbrio todos os dias que conseguiremos ter vida e vida em abundância. Sentimentos como raiva, medo, inveja, são da natureza humana.
Não importa a trajetória de sua vida até agora, é sempre possível recomeçar uma história. Não duvide; você não está só. Não importa os remorsos nem os erros. Tudo concorre para o bem. A vida é bela pelas oportunidades concedidas, compartilhe seus problemas, sua vida pertence a Deus.
Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Advogada e Membro do Ibdfam
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