Deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o reino dos céus!

Doze (12) de outubro, em que se comemora o Dia das Crianças no Brasil, teve origem em 1924, quando o presidente Artur Bernardes oficializou a data.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por exemplo, colocou o dia 20 de novembro como o Dia Internacional das Crianças, em homenagem à Declaração dos Direitos da Criança. Cito da Declaração Universal Dos Direitos das Crianças, o princípio VI, como direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade – o qual identifico como adequado para todo infante:

Princípio VI - A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Segundo Jesus, a criança é pura de coração. Toda criança normalmente tem algumas tendências negativas e outras positivas. Como pais, desde o início, devemos ensiná-las a lidar com as mais diferentes posições, a considerar contextos, a se controlar, a ser flexível. É brincando, contando histórias, passeando ou descansando que muitos pais conseguem transmitir lições de vida.

Por exemplo, no jogo de damas, as crianças aprendem estratégias, como planejamento e autocontrole. Um dia se perde e outro se ganha. A Vida requer treinamento e sorte assim como o jogo. Podemos cuidar das crianças com histórias infantis, músicas, teatros, oficinas e situações cotidianas. Precisamos estimulá-las a dar opiniões, a discutir momentos. Na hora de dormir, podemos convidar a criança para uma reflexão sobre seu dia, ler uma história, dialogar, dar limites, educar com amor, ensinando o respeito ao outro, ajudá-la, a ser solidária, a lutar pelo direito, a se esforçar.

Içami Tiba (1941-2015), que foi psiquiatra e escritor foi contra a surra, entendia que os pais a usam quando não aguentam mais e não na hora em que a criança precisa. Quanto à honestidade, o filho que pede dinheiro para o lanche da escola e, ao invés de comprar o lanche, compra figurinhas incorre no chamado “desvio de verbas”. Segundo o psiquiatra, o dinheiro não era dele, não pode gastar, dar um destino próprio pela responsabilidade que lhe fora confiada. O pai sempre tem que estar atento, porque não tem então faz-se uma cola, faz-se um gato, criança vê, criança faz; porém crianças fazem mesmo não tendo visto em casa (o chamado piolho comportamental). Para o escritor, criança pega piolho em qualquer lugar e não importa de onde vem, a gente o combate. A importância dos valores está em nós caminharmos com os dois pés; um no mundo interno e um no mundo de fora. O mundo interno significa que eu tenho valores e que esses valores me dão segurança; o passo de dentro depende de mim; o passo de fora depende do mundo. Quem constrói carreiras baseadas em valores tem carreiras mais firmes, mais sólidas, não tão oscilantes, porque o caminhar é um pé dentro e um pé fora (Veja entrevista: Içami Tiba - Parte 3/3 - https://www.youtube.com/watch?v=ptkWNg-64XI, acesso em 09/10/2023).

Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos
não se desviará deles (Provérbios 22:6).

@heloisaribeiro1704 
@valladaresribeiro.advogados
Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Advogada e membro do IBDFAM