ARTICULISTAS

É Preciso Um Olhar De Amor Para Si

Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Publicado em 22/02/2022 às 20:19Atualizado em 18/12/2022 às 18:17
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Só mais uma dose ou um gole, assim é a fala do alcoólico. O alcoolismo aumentou com a pandemia. Dados do Ministério da Saúde indicam que o consumo excessivo de álcool entre a população feminina cresceu de 7,7%, em 2006, para 11%, em 2018. Foi publicado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) o relatório “Álcool e a saúde dos brasileiros – Panorama 2020”, que registra um aumento de 19% nas internações relacionadas ao abuso da substância por mulheres, entre 2010 e 2018 – de 85.311 para 101.902.

Com a pandemia, esses números subiram mais, sendo a população feminina o grupo mais vulnerável. De acordo com o psiquiatra Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, “biologicamente, as mulheres têm, em média, maior percentual de gordura corporal e demoram mais para metabolizar o álcool, se comparadas aos homens. Isso faz com que a substância fique mais tempo no corpo feminino, deixando-o mais propenso ao vício” (https://oglobo.globo.com/ela/gente/alcoolismo-feminino-mulheres-sao-grupo-mais-vulneravel-doenca-durante-pandemia-24450431#:~:text=O%20m%C3%A9dico%20explica%20que%2C%20biologicamente,o%20mais%20propenso%20ao%20v%C3%ADcio, acesso em 20/02/2022).

Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. Hoje não se usa mais a palavra alcóolatra, mas alcoólico. Alcoólatra: não precisa beber todos os dias, é o dependente de álcool. Alcoólic é o viciado em álcool.

A mulher tem que resolver as coisas da casa, dos filhos e do trabalho, muitas vezes sem o suporte social, o que aumenta a sua fragilidade, somada à angústia e à ansiedade. O que importa é pedir ajuda porque houve anteriormente um problema com sua saúde mental e a bebida é a consequência, e não a causa.

Muitas vezes, a alcóolica tem uma atitude e no outro dia ela não se lembra de nada do que ocorreu. Então, naquele momento de fraqueza ou confusão mental, o uso do álcool ou de outras drogas pode ser extremamente venenoso e trazer resultados desastrosos para a vida familiar.

Consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução 217 A III) em 10/12/ 1948, no Artigo 25,1, que: Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

O uso de álcool e outras drogas é questão de saúde pública, as pessoas usam como escape para relaxar, assim como o cigarro. Cada ser é uma individualidade, por isso não há controle, a falta dele deságua no alcoolismo. As mulheres são mais resistentes em pedir ajuda porque sentem vergonha e culpa. O ser feminino não se sente à vontade para expor sua vida. Em família, quando o alcoólico é homem, existe uma rede de apoio, contudo, quando é mulher, geralmente o marido a abandona ou a família esconde o problema.

Contudo, Jesus traz para nós a mais bela lição quando lhe apresentaram Madalena: “Aquele que nunca pecou atire a primeira pedra”. O autoamor é o primeiro passo para então se dar a chance do tratamento adequado. Mulher, sem você a humanidade não continuará a obra da criação.

Heloisa Helena Valladares Ribeiro

Valladares Ribeiro Sociedade de Advogados

Membro do Ibdfam

@heloisaribeiro @valladaresribeiro

 

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