No dia 6 de outubro de 2024 ocorrem as eleições municipais, quando votaremos para prefeito(a) e vereador(a) em todo o Brasil. Temos seis candidatos a prefeito(a), sendo cinco homens e uma mulher. Atualmente, são 377 candidatos(as) aptos a concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal de Uberaba. A Constituição estabelece que em cidades de até 1 milhão de habitantes haja no mínimo nove e no máximo 21 vereadores.
No Legislativo atual, Uberaba conta com 21 vereadores, sendo quatro mulheres, número cinco vezes menor do que o de homens. Neste domingo, iremos às urnas, votando em mais mulheres, e mudaremos essa proporção.
Aqui citamos mulheres que contribuíram para a mudança da história política no Brasil, a saber: Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976); segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Como suplente acabou assumindo o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, devido à morte do titular, Cândido Pessoa. Sua atuação parlamentar foi marcada por proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias.
Celina Guimarães Viana (1890-1972), professora que entrou para a história como a primeira eleitora mulher registrada a votar no país, em 05/04/1928, na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte.
Carlota Pereira de Queiróz (1892-1982). Nas eleições para a Assembleia Constituinte em 03.05.1933, foi eleita pelo estado de São Paulo. Era a única representante do sexo feminino entre os 254 deputados.
Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira (1903-1995) - Mietta Santiago foi escritora, advogada criminalista e, como bem disse Carlos Drummond de Andrade no seu poema - Mulher Eleitora: “Mietta Santiago, loura poeta bacharel conquista, por sentença de juiz, direito de votar e ser votada para vereador, deputado, senador, e até Presidente da República...” Em Minas Gerais fundou a Liga de Eleitoras Mineiras.
Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), conhecida como Pagu, foi escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista, militante comunista brasileira. Foi a primeira mulher brasileira a ser presa política no século XX.
Lucilia Rosa Soares (1912-2010) – Lucrécia. Dizia-se comunista convicta; com 35 anos, foi uma das 17 primeiras vereadoras eleitas em Minas. Natural de Uberaba, morava na vizinha Campo Florido, onde conquistou em 1947 uma cadeira da Câmara Municipal.
Segundo Alice Walker, escritora, poeta e ativista feminista norte-americana: “Não se pode ser o que não se pode ver”. Assim, mais mulheres na política significa maior visibilidade e ação. Um dos grandes desafios do século XXI é superar a desigualdade de gênero. A falta de maior representação feminina na política impede que o Brasil proporcione mais oportunidades para as meninas; como a diminuição da gravidez na adolescência, a diminuição dos casamentos infantis, a mudança no crescimento como meninas. Com mais mulheres na política, os assuntos mais afetos às questões femininas serão priorizados.
Promover lugares de fala, direitos, diversidades e afetos traduz em acolhimento de crianças, adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade. Com a inclusão das Universidades, Hospitais, Polos Industriais, Escolas particulares e públicas, e outros setores inclusive rurais, poderemos criar parcerias para reconhecer e valorizar o trabalho feminino, dentro e fora do lar e da família, promovendo a responsabilidade e dialogando através de cursos e empregos. Está chegando a hora de votar. Fomos criadas diferentes porque somos geradoras de vida, o que poderá ser feito com liberdade, amor e compromisso. Decidam!