Pais e mães, vocês são responsáveis pelos filhos, mas nem sempre têm nas mãos o modo de conter os excessos e os descaminhos que eles percorrem.
Atualmente, é tanta informação, opção, propaganda, consumo, individualidade e preconceito, que certo e errado estão relativizados.
A mudança é rápida, muitas vezes passa despercebida, e quando sentimos ou nos damos conta nossos filhos passaram do ponto.
Para as mães, há sempre um recomeço na relação com os filhos, contudo, não é assim com os pais.
A necessidade dos pais na vida dos filhos é desde a tenra infância.
Até o fim do século XIX, os pais desempenhavam o papel de educadores e disciplinadores, com rigidez e repressão. A interação entre os pais e filhos era reduzida, principalmente nos primeiros anos de vida, assim como nos cuidados diários ao infante.
Mas, a partir de 1950, o pai começa a participar da vida do bebê.
Para a psicanálise, o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante para o desenvolvimento do ego. No segundo ano de vida, já existe a imagem de pai e de mãe, e a figura paterna fica mais acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento social da criança, auxiliando-a nas dificuldades peculiares a este período e no desprendimento necessário da criança aos costumes da situação familiar, mantidos pela mãe (Aberastury A, Salas EJ, eds. A Paternidade: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991. p.41-87).
Sem o pai, a criança não consegue desprender-se da mãe, ou seja, quem faz esse corte com a mãe é o pai. Mas é preciso que a mãe apresente o pai ao filho, numa atitude simples, como passear com o papai enquanto a mamãe termina o jantar, andar de bicicleta com o papai enquanto a mamãe faz a sobremesa, jogar bola com o papai enquanto a mamãe toma banho.
O pai é aquele que, além de trazer o senso de relação com a realidade, traz o conceito de “limite”, que rege o sujeito em suas concepções de certo e errado, bom ou ruim, podendo, em sua ausência, haver o acarretamento de distúrbios comportamentais (Muza, G. M. Da proteção generosa à vítima do vazio. (1998). In: Silveira P. Exercício da paternidade. Porto Alegre: Artes Médicas. pp. 115).
O pai é o facilitador da realidade e da ordem na família. Sua presença permite à criança acessar a agressividade, a afirmação de si, a autodefesa e explorar o ambiente.
Contudo, no Século XXI, o pai não consegue se colocar na posição de educador e cocriador.
Parafraseando Almir Sater, é preciso amor para poder pulsar.
A construção é diária e o esforço é pessoal.
É preciso apresentar Deus e Jesus aos nossos filhos.
Saibamos que os filhos seguem nossos exemplos.
O não deve significar não, porque corrigir é colocar limites e cuidar do infante.
“A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe” (Provérbios 29.15, NVI).
Os pais devem sempre orar pelos filhos e pedir a Deus que os livre de fazer o mal.
Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Advogada e membro do IBDFAM
@heloisaribeiro1704
@valladaresribeiro.advogados